Realizado por Lodge Kerrigan
Com Peter Greene, Alice Levitt, Megan Owen
Muito bem, nem sei que dizer deste filme. Kerrigan era-me completamente desconhecido, facto que não é de estranhar pois no seu currículo só encontramos mais dois filmes além deste “Clean, Shaven”. Mas surpreendeu-me. Gostei da complexidade narrativa. O filme foge a qualquer linearidade e entra na mente de um jovem esquizofrénico de forma visualmente e psicologicamente agressiva. Peter Winter, interpretado magistralmente por Peter Greene, é esse jovem que, ao que parece, vem de um recente tratamento psiquiátrico. Mas os problemas não foram resolvidos e a juntar às vozes, ao passado que o atormenta, ele quer voltar a ver a filha que a sua mãe deu para adopção. Pelo meio aparece um detective que procura um assassino, cuja última vitima apareceu perto de um hotel em que ele esteve hospedado.
Kerrigan não resolve o mistério do assassinato, até porque, ao contrário de qualquer blockbuster ou mainstream, o cineasta procura fazer um filme sobre a paranóia, sobre o sofrimento de um esquizofrénico. Ele preocupa-se com Peter e não com a criança morta, e por isso nunca chegamos a saber se ele é ou não o assassino. E “Clean, Shaven” é muito mais que um simples filme. É sobretudo uma visão do mundo de Peter, do seu desespero e da sua incessante tentativa em viver. E Kerrigan filma tudo brilhantemente, numa imagem nem crua nem artificial. Filma uma viagem paranóica de um homem que chega a automutilar-se, com uma edição espantosa de imagem e som sincronizados perfeitamente e que nos deixa completamente dentro da agonia de Peter. Sublime, com uma mise-en-scène poderosa e uma interpretação de Greene brilhante. Bendita hora que descobri este filme.
Com Peter Greene, Alice Levitt, Megan Owen
Muito bem, nem sei que dizer deste filme. Kerrigan era-me completamente desconhecido, facto que não é de estranhar pois no seu currículo só encontramos mais dois filmes além deste “Clean, Shaven”. Mas surpreendeu-me. Gostei da complexidade narrativa. O filme foge a qualquer linearidade e entra na mente de um jovem esquizofrénico de forma visualmente e psicologicamente agressiva. Peter Winter, interpretado magistralmente por Peter Greene, é esse jovem que, ao que parece, vem de um recente tratamento psiquiátrico. Mas os problemas não foram resolvidos e a juntar às vozes, ao passado que o atormenta, ele quer voltar a ver a filha que a sua mãe deu para adopção. Pelo meio aparece um detective que procura um assassino, cuja última vitima apareceu perto de um hotel em que ele esteve hospedado.
Kerrigan não resolve o mistério do assassinato, até porque, ao contrário de qualquer blockbuster ou mainstream, o cineasta procura fazer um filme sobre a paranóia, sobre o sofrimento de um esquizofrénico. Ele preocupa-se com Peter e não com a criança morta, e por isso nunca chegamos a saber se ele é ou não o assassino. E “Clean, Shaven” é muito mais que um simples filme. É sobretudo uma visão do mundo de Peter, do seu desespero e da sua incessante tentativa em viver. E Kerrigan filma tudo brilhantemente, numa imagem nem crua nem artificial. Filma uma viagem paranóica de um homem que chega a automutilar-se, com uma edição espantosa de imagem e som sincronizados perfeitamente e que nos deixa completamente dentro da agonia de Peter. Sublime, com uma mise-en-scène poderosa e uma interpretação de Greene brilhante. Bendita hora que descobri este filme.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
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