O nome da série é justamente o do tasco livreiro cujo legítimo dono e possuidor é o ímpar Bernard Black (Dylan Moran), o espaço da acção é quase sempre limitado à mais esquálida, caótica e surreal livraria situada em terras de sua majestade (daí a designação "tasco livreiro"). Aquele velho princípio mercantil de acordo com o qual ao cliente assiste sempre razão, não poderia ser mais tábua rasa para o esfumaçante embriagado e misantropo Bernard Black. Animal de humores (ou de maus humores, para maior exactidão), os momentos impagáveis da interacção sui generis com a clientela são vastos. Mas nem só de Bernard Black vive Black Books.
Manny é o empregado dedicado, obediente, por vezes (muitas!) não especialmente abastado de esperteza... Há entre eles uma dinâmica vagamente Burns-Smithers, porém recriada na exuberância do sarcasmo de Bernard vs. a assistência pacóvio-dramática de Manny. Fran é a vertente feminina mas não belicosa de Bernard. Se tivesse a palavra "loser" tatuada na testa passaria menos por tal imagem paradigmática. Mas como a miséria adora companhia, é nos encabranços que este invulgar trio alcança a devida harmonia... sendo que lúcidos são como luta greco romana entre duas iguanas, só que em termos verbais, como quer que isso seja. Os suspeitos do costume estão apresentados e os episódios são ao melhor estilo da grandiosa britcom. Quem não conhece que se ponha a youtubar os episódios (andam todos por lá, mais coisa menos coisa), que a série é pretérita (2000-2004), tendo a Sic Radical prestado o serviço público de a exibir vai para uns tempos valentes.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
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