sexta-feira, 26 de junho de 2009

Crítica - Transformers: Revenge of the Fallen (2009)

Realizado por Michael Bay
Com Megan Fox, Shia LaBeouf, Hugo Weaving, Josh Duhamel

O lançamento internacional de “Transformers: Revenge of the Fallen” foi cuidadosamente preparado e amplamente publicitado durante largos meses pela DreamWorks, no entanto, este espectáculo mediático foi rapidamente abalado pelas críticas extremamente negativas que atacaram implacavelmente a mentalidade explosiva de Michael Bay. Essas críticas generalistas são na minha opinião, perfeitamente adequadas porque o grande culpado deste fracasso qualitativo é claramente Michael Bay, um cineasta visivelmente comercial que transformou esta sequela num longo e degradante espectáculo cinematográfico que aposta fervorosamente num excessivo número de efeitos visuais e sonoros que impedem um desenvolvimento narrativo coerente e lógico.
A história de “Transformers: Revenge of the Fallen” passa-se dois anos depois dos acontecimentos de “Transformers”, onde Sam Witwicky (Shia LaBeouf) e os Autobots conseguiram proteger a raça humana da invasão dos Decepticons. Agora, Sam prepara-se para um novo desafio, sair de casa para ir para a Universidade onde pretende formar-se em Astronomia. Como o planeta Cybertron é inabitável, também os Autobots começam uma nova vida na Terra, num projecto secreto em que juntamente com os militares, formam a equipa NEST, cuja missão é procurar os Decepticons que ainda se escondem na Terra. Mas os Autobots não são vistos com bons olhos por todos, especialmente pelo Conselheiro de Segurança Nacional Theodore Galloway que assume o rosto da vontade de banir todos os Transformers do Planeta. Entretanto, a vida "normal" de Sam sofre um adiamento imprevisto porque os Decepticons subitamente descobrem que ele representa a chave do destino da decisiva batalha entre o Bem e o Mal. Agora, juntamente com os Autobots e Soldados do NEST, Sam e Mikaela (Megan Fox) têm de desvendar o segredo da presença dos Transformers na Terra e os sacrifícios que terão de ser feitos para a proteger de uma vingança anunciada, o regresso do mítico Decepticon Original, The Fallen.


Apesar das inúmeras falhas ao nível do argumento e do elenco, o primeiro filme da saga introduziu razoavelmente este rentável produto de animação aos grandes palcos cinematográficos. No entanto, a sua consolidação nesta complexa indústria iria depender dos futuros projectos da saga e com a apresentação desta sequela, um dos filmes mais aguardados deste ano, parece-me claro que esse objectivo não será completamente cumprido. Acredito que comercialmente, “Transformers: Revenge of the Fallen” irá manter os valores do primeiro filme mas a sua imagem poderá ficar irremediavelmente manchada se posteriormente vier a ser considerado um flop qualitativo, algo que neste momento parece-me bastante provável. Uma análise mais aprofundada desta obra mostra-nos que narrativamente, “Transformers: Revenge of the Fallen” é bastante frágil e incompreensível. Existem demasiadas personagens que vão aparecendo e desaparecendo sem grandes explicações, também existem demasiadas histórias paralelas que nunca são convenientemente desenvolvidas. Os grandes vilões do primeiro filme regressam em força mas são completamente ofuscados por um vilão superior que elabora uma complexa estratégia para recuperar uma série de engenhos que supostamente estão escondidos na Terra mas que por alguma razão não explicada, escaparam aos heróis do primeiro filme que subitamente arranjam novos aliados e várias conexões militares. Entre fugas e lutas por diversas localizações que não ficam restringidas à superfície terrestre, somos confrontados com sucessivas mortes e ressurreições que tornam ainda mais inexplicável esta complexa história. Os conceitos e mecanismos dos Transformers são aereamente explicados, algo que prejudica a compreensão objectiva de quem nunca tenha visto os desenhos animados da saga. Os frágeis diálogos também não convencem porque são pouco objectivos, focando-se essencialmente em informações básicas e ideais superficiais de justiça ou amor, basicamente as filosofias clichés deste tipo de filmes que representam uma batalha entre o Bem e o Mal.


Surpreendentemente, o negativismo desta obra não se restringe ao argumento mas também se alastra aos aspectos técnicos, uma das vertentes mais apreciadas do primeiro filme. A detalhada e imaginativa construção computorizada dos Transformers mantém-se intacta e imponente mas tudo o resto é um verdadeiro espectáculo de exageros que foram idealizados por Michael Bay, um cineasta que infelizmente não se conseguiu controlar e adicionou demasiados efeitos a uma produção que exigia um pouco mais de contenção tecnológica. Este excesso de efeitos visuais/sonoros dá-se sobretudo nas grandes sequências de acção que estão sobrelotadas de intervenientes e explosões, algo que seria minimamente aceitável num filme com duas ou três cenas deste tipo, mas quando estamos perante uma mega produção de aproximadamente duas horas e meia que aposta consecutivamente nessas cenas, torna-se óbvio que cena após cena, a grande maioria dos espectadores começam a ficar visualmente e sonoramente saturados de tanta confusão bélica que acaba sempre numa destruição previsível.
O elenco mantém a mediocridade do primeiro filme já que os principais intervenientes mantêm um nível básico e superficial porque é notório que as suas capacidades profissionais não interessam à saga, no entanto, as capacidades físicas assumem uma preponderância substancial e neste campo, Megan Fox e Isabel Lucas assumem claramente o protagonismo visual. Em 2007, “Transformers” dividiu a crítica especializada mas conquistou um respeitável sucesso comercial nas bilheteiras internacionais, algo que muito provavelmente também irá acontecer com “Transformers: Revenge of the Fallen”, apesar das múltiplas críticas negativas e inúmeras falhas ao nível do argumento e realização.

Classificação – 1 Estrela Em 5

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