Realizado por Nuri Bilge Ceylan
Com Muzaffer Özdemir, Emin Toprak, Zuhal Gencer, Nazan Kirilmis
Nuri Bilge Ceylan é já um nome conceituado no cinema turco e europeu. "Uzak", em português “Distante”, é para mim, depois de "Iklimler", a grande obra de Ceylan. Tal como em “Iklimler”, Ceylan filma Istambul de maneira brilhante e harmoniosa. Mais uma vez, ou melhor, pela primeira vez, já que "Iklimler" é posterior a este, Ceylan filma uma história em pleno Inverno, com muita neve. Este manto branco que cobre praticamente todos os espaços que Ceylan filma enriquece de forma substancial esta obra do turco. Atrevo-me a dizer que, embora o ambiente estranho e intimidador que é criado desde que Yusuf chega a casa de Mahmut, o seu primo mais velho, esta neve e os planos que Ceylan filma tão primacialmente são a grande essência deste "Uzak". Mais uma vez, sendo já uma constante em todas as obras de Ceylan, ele conduz a obra por uma linha narrativa linear onde abundam as expressões corporais que nos revelam mais sobre o argumento do que os próprios diálogos. Lento e existencial, "Uzak" traz essencialmente uma conotação política, mais concretamente uma reflexão ao desemprego e ao capitalismo global. É sobre a democracia turca que Ceylan reflecte na obra, mas a crítica do cineasta atinge também os comportamentos sociais e existenciais de um indivíduo. Yusuf sente-se um estranho em casa do próprio primo, mas rejeita o hipotético regresso à sua terra onde existem menos hipóteses de arranjar emprego. Mahmut é um homem que vive em conformidade com o passado. Divorciado, frio e distante. Aliás, esta distância é partilhada pelos dois.
"Uzak" não tem a genialidade, nem narrativamente nem relativamente aos planos filmados, do espantoso "Iklimler", mas compreenda-se que "Iklimler" está num nível máximo da minha cinefilia. Portanto, feita a comparação entre aquelas que a meu ver são as suas obras-primas até ao momento, tenho que referir que "Uzak" é também uma obra-prima, embora inferior a “Iklimler”.
Com Muzaffer Özdemir, Emin Toprak, Zuhal Gencer, Nazan Kirilmis
Nuri Bilge Ceylan é já um nome conceituado no cinema turco e europeu. "Uzak", em português “Distante”, é para mim, depois de "Iklimler", a grande obra de Ceylan. Tal como em “Iklimler”, Ceylan filma Istambul de maneira brilhante e harmoniosa. Mais uma vez, ou melhor, pela primeira vez, já que "Iklimler" é posterior a este, Ceylan filma uma história em pleno Inverno, com muita neve. Este manto branco que cobre praticamente todos os espaços que Ceylan filma enriquece de forma substancial esta obra do turco. Atrevo-me a dizer que, embora o ambiente estranho e intimidador que é criado desde que Yusuf chega a casa de Mahmut, o seu primo mais velho, esta neve e os planos que Ceylan filma tão primacialmente são a grande essência deste "Uzak". Mais uma vez, sendo já uma constante em todas as obras de Ceylan, ele conduz a obra por uma linha narrativa linear onde abundam as expressões corporais que nos revelam mais sobre o argumento do que os próprios diálogos. Lento e existencial, "Uzak" traz essencialmente uma conotação política, mais concretamente uma reflexão ao desemprego e ao capitalismo global. É sobre a democracia turca que Ceylan reflecte na obra, mas a crítica do cineasta atinge também os comportamentos sociais e existenciais de um indivíduo. Yusuf sente-se um estranho em casa do próprio primo, mas rejeita o hipotético regresso à sua terra onde existem menos hipóteses de arranjar emprego. Mahmut é um homem que vive em conformidade com o passado. Divorciado, frio e distante. Aliás, esta distância é partilhada pelos dois.
"Uzak" não tem a genialidade, nem narrativamente nem relativamente aos planos filmados, do espantoso "Iklimler", mas compreenda-se que "Iklimler" está num nível máximo da minha cinefilia. Portanto, feita a comparação entre aquelas que a meu ver são as suas obras-primas até ao momento, tenho que referir que "Uzak" é também uma obra-prima, embora inferior a “Iklimler”.
Classificação - 5 Estrelas Em 5
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