Realizado por Ron Howard
Com Tom Hanks, Jean-Pierre Marielle, Audrey Tautou
As histórias bíblicas sobre as origens divinas de Jesus Cristo têm estado na base de inúmeras teorias da conspiração que durante séculos têm sido alimentadas pelos cépticos e pelos descrentes. Dentro dessas polémicas teorias encontramos a centenária história de Maria Madalena, uma simples mulher de origens reais que supostamente tinha uma relação de grande proximidade com Jesus Cristo. Os historiadores nunca conseguiram provar esta teoria mas também nunca conseguiram provar a suposta divindade de Jesus Cristo. Esta incapacidade de provar certos acontecimentos abala constantemente os pilares de todas as religiões mundiais que suportam a sua existência no poder do credo dos seus fiéis. Estas teorias da conspiração também são sustentadas pela crença dos seus seguidores e apologistas que sem grandes provas concretas, exploram as lacunas da bíblia e preenchem-nas analogicamente com histórias e relatos secundários que foram negados pelo Vaticano ou simplesmente esquecidos pelo tempo. Esta incessante controvérsia alimentou a imaginação de Dan Brown que aproveitou as polémicas ideologias da igreja cristã e dos seus descrentes para criar uma história de ficção intitulada “The Da Vinci Code”, um livro que conquistou em 2003, inúmeros recordes de vendas e alimentou ainda mais a polémica em redor da história de Maria Madalena. O sucesso comercial da versão literária impulsionou uma versão cinematográfica que provocou uma verdadeira guerra entre Cristãos e Descrentes pela verdade sobre a história de Maria Madalena.
Não nos podemos esquecer que “The Da Vinci Code” é uma obra de ficção que recupera e explora algumas teorias controversas e possivelmente exageradas da antiguidade mas também não nos podemos esquecer que a versão idílica do Vaticano sobre a divindade de Jesus Cristo, não é tida pela Humanidade como uma verdade absoluta e imutável que nunca poderá ser contestada ou cientificamente aprofundada. Esta temática é extremamente controversa e ambos os lados dependem da crença dos seus seguidores para sobreviverem ao tempo mas esta crença nunca poderá ser imposta à Humanidade. O autêntico circo mediático montado em redor deste “The Da Vinci Code” foi deplorável com ambos os lados a explorarem ao máximo uma obra de ficção sem grande credibilidade para tentarem impor a sua verdade ao mundo, uma estratégia sem frutos porque os crentes do cristianismo não se tornaram descrentes e vice-versa. “The Da Vinci Code” é uma obra de ficção que foi muito bem explorada a nível comercial mas que nunca poderá servir como prova da falsidade do Vaticano.
Com Tom Hanks, Jean-Pierre Marielle, Audrey Tautou
As histórias bíblicas sobre as origens divinas de Jesus Cristo têm estado na base de inúmeras teorias da conspiração que durante séculos têm sido alimentadas pelos cépticos e pelos descrentes. Dentro dessas polémicas teorias encontramos a centenária história de Maria Madalena, uma simples mulher de origens reais que supostamente tinha uma relação de grande proximidade com Jesus Cristo. Os historiadores nunca conseguiram provar esta teoria mas também nunca conseguiram provar a suposta divindade de Jesus Cristo. Esta incapacidade de provar certos acontecimentos abala constantemente os pilares de todas as religiões mundiais que suportam a sua existência no poder do credo dos seus fiéis. Estas teorias da conspiração também são sustentadas pela crença dos seus seguidores e apologistas que sem grandes provas concretas, exploram as lacunas da bíblia e preenchem-nas analogicamente com histórias e relatos secundários que foram negados pelo Vaticano ou simplesmente esquecidos pelo tempo. Esta incessante controvérsia alimentou a imaginação de Dan Brown que aproveitou as polémicas ideologias da igreja cristã e dos seus descrentes para criar uma história de ficção intitulada “The Da Vinci Code”, um livro que conquistou em 2003, inúmeros recordes de vendas e alimentou ainda mais a polémica em redor da história de Maria Madalena. O sucesso comercial da versão literária impulsionou uma versão cinematográfica que provocou uma verdadeira guerra entre Cristãos e Descrentes pela verdade sobre a história de Maria Madalena.
Não nos podemos esquecer que “The Da Vinci Code” é uma obra de ficção que recupera e explora algumas teorias controversas e possivelmente exageradas da antiguidade mas também não nos podemos esquecer que a versão idílica do Vaticano sobre a divindade de Jesus Cristo, não é tida pela Humanidade como uma verdade absoluta e imutável que nunca poderá ser contestada ou cientificamente aprofundada. Esta temática é extremamente controversa e ambos os lados dependem da crença dos seus seguidores para sobreviverem ao tempo mas esta crença nunca poderá ser imposta à Humanidade. O autêntico circo mediático montado em redor deste “The Da Vinci Code” foi deplorável com ambos os lados a explorarem ao máximo uma obra de ficção sem grande credibilidade para tentarem impor a sua verdade ao mundo, uma estratégia sem frutos porque os crentes do cristianismo não se tornaram descrentes e vice-versa. “The Da Vinci Code” é uma obra de ficção que foi muito bem explorada a nível comercial mas que nunca poderá servir como prova da falsidade do Vaticano.
A qualidade da versão literária não corresponde à qualidade apresentada pela versão cinematográfica que na minha opinião, ficou muito distante das expectativas criadas em seu redor. A história central é respeitada mas é desenvolvida com alguma leviandade que impede uma abordagem explícita das intrigas e das personagens principais que nunca são devidamente exploradas.
A história do filme centra-se em Robert Langdon (Tom Hanks), um famoso simbologista que subitamente se vê envolvido no brutal e macabro assassinato de Jacques Sauniere (Jean-Pierre Marielle), o curador do Museu do Louvre. A polícia francesa acredita piamente que Langdon é o responsável pela morte do curador e tenta ludibria-lo de forma a obter uma confissão mas este plano é gorado pela bela criptologista Sophie Neveu (Audrey Tautou) que salva o simbologista das mãos do capitão Fache (Jean Reno). Durante a sua fuga às autoridades, Langdon e Neveu analisam cuidadosamente todas as pistas deixadas por Jacques Sauniere antes de morrer e chegam à conclusão que ele era o Grão-Mestre do Priorado de Sião, uma sociedade milenar e secreta que protege a localização do Santo Graal, o mítico objecto bíblico que supostamente contem o sangue de Jesus Cristo. À medida que vão seguindo as pistas deixadas pelos antigos membros do Priorado como Leonardo DaVinci ou Alexander Pope, o intrépido duo fugitivo vai encontrar inúmeros inimigos como o Professor e a Opus Dei que farão de tudo para aniquilar esta ameaça e encobrir novamente o enorme segredo que o Vaticano tem vindo a esconder durante aproximadamente dois milénios.
O argumento elaborado por Akiva Goldsman não é perfeito porque apresenta algumas falhas na contextualização e aproveitamento das intrigas que compõem a história central da obra. O enredo perde demasiado tempo com vários momentos desnecessários que substituem ingloriamente algumas partes da história literária que foram completamente negligenciados pelo filme e que poderiam ajudar a contextualizar e explicar certos raciocínios e opções das personagens principais na sua demanda pela verdade. A grande maioria dos pensamentos e descobertas efectuadas por Robert Langdon não são devidamente explicados com clareza e objectividade, algo que poderá afastar ou aborrecer os espectadores que não gostem de enigmas ou que não tenham paciência para ler o livro que aprofunda e explica com clareza todas essas descodificações das pistas e mistérios. A única cena do filme que é verdadeiramente clara e concreta dá-se quando Teabing e Langdon explicam as teorias originais de Maria Madalena a Sophie. O argumento também não explora convenientemente o passado e personalidade das personagens, nomeadamente as histórias associadas aos dois protagonistas e ao temível monge albino. Esta leviandade na caracterização/construção das personagens torna-as vazias e entediantes, meros peões sem grandes convicções ou opiniões em relação à história que vão desvendando. Entre os erros crassos do argumento também encontramos a infeliz alteração da conclusão da história que é muito mais dramática no livro. Uma alteração sem nexo aparente que prejudica ainda mais a qualidade deste enredo.
A realização de Ron Howard conferiu a “The Da Vinci Code” uma conotação demasiado comercial que o aproximou perigosamente do género de acção e aventura. Esta abordagem criativa de cariz comercial tinha como objectivo aproximar esta obra dos grandes e lucrativos clássicos de aventura como “Indiana Jones” ou Tomb Raider” que também desvendaram segredos e exploraram misteriosas localizações. Este panorama contradiz a essência do livro de Dan Brown que aposta essencialmente no aspecto intelectual dos mistérios e na tensão criada pela Opus Dei, ou seja, uma configuração digna dum thriller e não duma aventura. Esta ideologia foi afastada por Howard que ao incutir inúmeras cenas de acção e algumas fugas/perseguições dignas de grandes Blockbusters, conferiu à história uma dimensão menos intelectual e mais popular.
O elenco é encabeçado por Tom Hanks que assume uma prestação central e razoável mas que é prejudicada pela fraca construção da sua personagem que não deixou o actor brilhar ao mais alto nível. Este factor também afectou a prestação de Audrey Tautou que não conseguiu sobrepor o seu talento às fragilidades da sua personagem. O único actor que rentabiliza a sua personagem é Ian McKellen que nos brinda com uma grande performance secundária.
A comercialização da história do livro resultou num argumento pouco profundo que não explica devidamente os principais acontecimentos da história. O superficialismo da obra alastra-se à débil construção das personagens e à realização capitalista de Ron Howard que apostou em inúmeros elementos de acção para tentar rentabilizar uma história que não precisava dessas artimanhas para vincar junto do público. A versão literária deste “The Da Vinci Code” é claramente superior à sua homóloga versão cinematográfica que graças a inúmeras falhas a diversos níveis, assume-se apenas como uma opção para quem não quer ler o livro.
O elenco é encabeçado por Tom Hanks que assume uma prestação central e razoável mas que é prejudicada pela fraca construção da sua personagem que não deixou o actor brilhar ao mais alto nível. Este factor também afectou a prestação de Audrey Tautou que não conseguiu sobrepor o seu talento às fragilidades da sua personagem. O único actor que rentabiliza a sua personagem é Ian McKellen que nos brinda com uma grande performance secundária.
A comercialização da história do livro resultou num argumento pouco profundo que não explica devidamente os principais acontecimentos da história. O superficialismo da obra alastra-se à débil construção das personagens e à realização capitalista de Ron Howard que apostou em inúmeros elementos de acção para tentar rentabilizar uma história que não precisava dessas artimanhas para vincar junto do público. A versão literária deste “The Da Vinci Code” é claramente superior à sua homóloga versão cinematográfica que graças a inúmeras falhas a diversos níveis, assume-se apenas como uma opção para quem não quer ler o livro.
Classificação - 2 Estrelas Em 5
0 comentários :
Postar um comentário