Realizado por João Salaviza
Com Carloto Cotta, Rodrigo Madeira, Rafael Sardo, Cláudio Rosa
A curta-metragem portuguesa vencedora do IndieLisboa ’09, Arena, inscreve-se numa das tendências mais sentidas no cinema europeu dos últimos anos, a análise da sociedade na sua multiplicidade. A curta de João Salaviza conta uma história simples de jovem recluso em prisão domiciliária (Carlotto Cotta) no bairro problemático de Chelas, em Lisboa, que ao não querer devolver os vinte euros que cobrara a um miúdo por uma tatuagem que não ficou bem feita acaba por ser espancado por este e pelos os seus amigos, de quem depois se vinga. A acção do protagonista não é meramente vingativa, ela surge como um acto de rebeldia contra a sua falta de alternativas, a impossibilidade de sair do bairro, de se libertar da prisão , de escolher outra vida que não seja a da marginalidade.
A história é contada a um ritmo lento e sem grades preocupações em julgar os intervenientes. As coisas são apresentadas como elas são e não conseguimos deixar de simpatizar com todas as personagens. O bairro é filmado por dentro, sem exploração da degradação ou da vandalização. Antes se procura naquele espaço transmitir a ideia de rede, de emaranhado de casas, de sub-humanização. Por contraste, as cenas finais passam-se num cimo de uma fábrica de onde se avista grande parte da paisagem circundante, como quem vislumbra a liberdade sem no entanto a conseguir viver. As interpretações de Carloto Cotta e dos três miúdos são interessantes, especialmente no domínio perfeito de uma linguagem tão pejada de calão que parece quase outra forma de português, o que vem reforçar também a originalidade e consistência do argumento.
Com Carloto Cotta, Rodrigo Madeira, Rafael Sardo, Cláudio Rosa
A curta-metragem portuguesa vencedora do IndieLisboa ’09, Arena, inscreve-se numa das tendências mais sentidas no cinema europeu dos últimos anos, a análise da sociedade na sua multiplicidade. A curta de João Salaviza conta uma história simples de jovem recluso em prisão domiciliária (Carlotto Cotta) no bairro problemático de Chelas, em Lisboa, que ao não querer devolver os vinte euros que cobrara a um miúdo por uma tatuagem que não ficou bem feita acaba por ser espancado por este e pelos os seus amigos, de quem depois se vinga. A acção do protagonista não é meramente vingativa, ela surge como um acto de rebeldia contra a sua falta de alternativas, a impossibilidade de sair do bairro, de se libertar da prisão , de escolher outra vida que não seja a da marginalidade.
A história é contada a um ritmo lento e sem grades preocupações em julgar os intervenientes. As coisas são apresentadas como elas são e não conseguimos deixar de simpatizar com todas as personagens. O bairro é filmado por dentro, sem exploração da degradação ou da vandalização. Antes se procura naquele espaço transmitir a ideia de rede, de emaranhado de casas, de sub-humanização. Por contraste, as cenas finais passam-se num cimo de uma fábrica de onde se avista grande parte da paisagem circundante, como quem vislumbra a liberdade sem no entanto a conseguir viver. As interpretações de Carloto Cotta e dos três miúdos são interessantes, especialmente no domínio perfeito de uma linguagem tão pejada de calão que parece quase outra forma de português, o que vem reforçar também a originalidade e consistência do argumento.
Classificação - 4,5 Estrelas Em 5
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