sábado, 18 de abril de 2009

Crítica - Dumbo (1941)

Realizado por: Bem Sharpsteen
Com Edward Brophy e Verna Felton

“Dumbo” foi um dos primeiros clássicos da Walt Disney que eu vi enquanto criança de modo que tinha apenas uma vaga ideia do filme. Mais recentemente voltei a vê-lo e constatei que se trata de uma das mais ternas e carinhosas histórias da Disney. A história de um pequeno e ligeiramente deformado elefante que luta apenas pelo amor da sua mãe e se tenta inserir num grupo de pares que o rejeita constantemente só porque ele é diferente, é bastante comovente e fica na memória. Porém, “Dumbo” deixa algo a desejar quando comparado com muitos outros filmes da marca Disney.
“Dumbo” apresenta-nos um pequeno e trapalhão elefante chamado Jumbo que é discriminado pelo grupo de elefantes de circo a que pertence devido ao facto de ter umas orelhas enormes. Por esta razão o grupo decide apelidá-lo de “Dumbo” numa clara referencia ao ar pateta que as orelhas enormes lhe dão (Dumb = burro ou pateta). A única que o ama tal como ele é, independentemente das diferenças, é a sua própria mãe que não se importa nada com as críticas feitas pelos outros e apenas se concentra em amar incondicionalmente o filho. Numa primeira fase tudo corre bem e Dumbo e a sua mãe trabalham sem problemas no circo. Porém, um incidente com um grupo de miúdos humanos que começam a assediar o pequeno elefante faz com que a mãe se revolte contra os humanos e leva os directores do circo a trancar a mãe numa prisão fria e desconfortável. Só o amor, a esperança e a importância de acreditar em si mesmo poderá levar Dumbo a voltar aos braços da mãe e salvá-la de uma prisão injusta.


As personagens deste filme são adoráveis e a película apresenta-nos algumas cenas incrivelmente tristes, capazes de levar uma lágrima ao canto do olho. Mais uma vez a Disney aproveita para criticar o comportamento dos humanos que aqui se comportam como autênticos exploradores dos animais e só pensam em si mesmos. “Dumbo” conta com uma história bastante dramática que nos fala de esperança e do valor do amor entre mãe e filho. Porém, essa mesma história acaba por não ter potencial suficiente para cativar e maravilhar toda a gente. O ponto forte deste filme acaba por ser a mensagem de que devemos sempre acreditar em nós mesmos e nunca devemos discriminar os outros só porque eles são diferentes. Mesmo aquilo que se nos revela como um ponto fraco pode transformar-se num ponto forte e acima de tudo, aquilo que nos diferencia é em última análise aquilo que nos torna únicos. Neste ponto, “Dumbo” é um filme como uma mensagem fortíssima e de se lhe tirar o chapéu.
O problema é que o filme acaba por se revelar limitado e provavelmente agradará e chamará a atenção a um público exclusivamente mais jovem. Para um público mais adulto, “Dumbo” não tem força para permanecer na memória durante muito tempo. Esta obra acaba por ser bastante aceitável, mas a Disney viria a provar em anos vindouros que tinha capacidade para fazer muito melhor.

Classificação - 3 Estrelas Em 5

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