Realizado por Javier Fesser
Com Nerea Camacho, Carmen Elias, Mariano Venancio, Manuela Vellés
“Camino” de Javier Fesser assume aqui uma crítica à Opus Dei, uma instituição da Igreja Católica que pretende divulgar a mensagem de que podemos encontrar Deus no trabalho e na vida quotidiana. Esta obra espanhola ganhou seis Goya, os prémios mais prestigiados do cinema espanhol, depois de ter estado nomeado para sete.
A história de “Camino” é baseada em factos reais, mais precisamente na vida duma menina de 13 anos chamada Alexia González-Barros. No filme, Fesser dá o nome de Camino a essa menina, adquirindo assim o título da obra um duplo significado, o nome da menina e o caminho que ela vai percorrer até à sua morte. "Camino" é claramente uma censura à Igreja Católica e principalmente a essa instituição Opus Dei. Neste caso, essa instituição serve-se da doença de Camino para fazer dela uma mártir. O filme começa com os instantes finais da vida da menina, no quarto da clínica onde se encontra e onde estão uma ou duas dezenas de pessoas para assistirem à sua morte, por ela anunciada, como que a assistir à entrada da menina no reino dos céus. Depois, a história recua 5 meses atrás para nos contar todo esse caminho de Camino até à sua morte.
Fesser vai contra Deus, nomeadamente nos sonhos de Camino com Mr. Meebles, um ser extraordinário mas que tem um problema, o de não existir, criando aqui uma relação com Deus. No pesadelo de Camino em que ela é largada pelos pais e irmã no meio de uma estrada inóspita, Fesser recria o desespero da menina, originado pelo comportamento da sua família e principalmente da sua mãe que desiste logo à partida da filha para a oferecer a Deus. Camino sente-se desapoiada, sozinha e Fesser explora essa dor, esse sentimento atroz numa menina de 13 anos que mais do que tudo queria ter o amor de Jesus, um miúdo da sua idade. Aqui se cria a crítica construtiva do filme para com a Opus Dei que alegoricamente cria a relação amor a Jesus que supostamente Camino transmite ao padre, confundida por este já que esse Jesus é o miúdo e não a personagem religiosa.
As interpretações são muito boas mas é a de Nerea Camacho (Camino) que se destaca, estando completamente brilhante, fabulosa e angelical. A realização também é muito boa com Fesser a criar uma obra alegórica, chocante, cruel, onírica e contra a Igreja Católica, a Opus Dei e o fundamentalismo religioso em que a Espanha está mergulhada. “Camino” é polémico e inesquecível, é uma crítica ao fanatismo e obscurantismo religioso mas é também uma reflexão ao amor e à redenção humana.
Com Nerea Camacho, Carmen Elias, Mariano Venancio, Manuela Vellés
“Camino” de Javier Fesser assume aqui uma crítica à Opus Dei, uma instituição da Igreja Católica que pretende divulgar a mensagem de que podemos encontrar Deus no trabalho e na vida quotidiana. Esta obra espanhola ganhou seis Goya, os prémios mais prestigiados do cinema espanhol, depois de ter estado nomeado para sete.
A história de “Camino” é baseada em factos reais, mais precisamente na vida duma menina de 13 anos chamada Alexia González-Barros. No filme, Fesser dá o nome de Camino a essa menina, adquirindo assim o título da obra um duplo significado, o nome da menina e o caminho que ela vai percorrer até à sua morte. "Camino" é claramente uma censura à Igreja Católica e principalmente a essa instituição Opus Dei. Neste caso, essa instituição serve-se da doença de Camino para fazer dela uma mártir. O filme começa com os instantes finais da vida da menina, no quarto da clínica onde se encontra e onde estão uma ou duas dezenas de pessoas para assistirem à sua morte, por ela anunciada, como que a assistir à entrada da menina no reino dos céus. Depois, a história recua 5 meses atrás para nos contar todo esse caminho de Camino até à sua morte.
Fesser vai contra Deus, nomeadamente nos sonhos de Camino com Mr. Meebles, um ser extraordinário mas que tem um problema, o de não existir, criando aqui uma relação com Deus. No pesadelo de Camino em que ela é largada pelos pais e irmã no meio de uma estrada inóspita, Fesser recria o desespero da menina, originado pelo comportamento da sua família e principalmente da sua mãe que desiste logo à partida da filha para a oferecer a Deus. Camino sente-se desapoiada, sozinha e Fesser explora essa dor, esse sentimento atroz numa menina de 13 anos que mais do que tudo queria ter o amor de Jesus, um miúdo da sua idade. Aqui se cria a crítica construtiva do filme para com a Opus Dei que alegoricamente cria a relação amor a Jesus que supostamente Camino transmite ao padre, confundida por este já que esse Jesus é o miúdo e não a personagem religiosa.
As interpretações são muito boas mas é a de Nerea Camacho (Camino) que se destaca, estando completamente brilhante, fabulosa e angelical. A realização também é muito boa com Fesser a criar uma obra alegórica, chocante, cruel, onírica e contra a Igreja Católica, a Opus Dei e o fundamentalismo religioso em que a Espanha está mergulhada. “Camino” é polémico e inesquecível, é uma crítica ao fanatismo e obscurantismo religioso mas é também uma reflexão ao amor e à redenção humana.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
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