domingo, 19 de abril de 2009

Crítica - Beauty and the Beast (1991)

Realizado por Gary Trousdale e Kirk Wise
Com Paige O’Hara, Robby Benson e Richard White

“Beauty and the Beast” é talvez, a par de “The Lion King”, o melhor e mais bem sucedido filme da Walt Disney. Este é um filme que tem todos os elementos clássicos da Disney e que explora todas as potencialidades desses elementos da melhor maneira possível. Neste grandioso filme de 1991 os animadores da Disney levaram a sua imaginação até locais nunca antes explorados e presentearam os espectadores com tudo aquilo que se espera ver num filme deste género: temos príncipes, belas e gentis donzelas, castelos, muita magia e uma história arrebatadora que nos faz acreditar num verdadeiro e imortal amor. Estamos perante um filme simplesmente encantador com uma mensagem muito clara e precisa: a beleza de cada um de nós encontra-se no nosso interior, na nossa personalidade e não no aspecto físico ou externo.
“Beauty and the Beast” conta-nos a história de um jovem príncipe amargo, egocêntrico e cruel que apenas pensa no que é melhor para ele mesmo, e ignora tudo e todos os que o rodeiam. Numa noite tenebrosa e chuvosa, uma velha aparece no castelo do príncipe e oferece-lhe uma rosa em troca de uma noite de abrigo na sua opulenta fortaleza. Frio como os píncaros do mais elevado cume montanhoso da Terra, o príncipe ri-se na cara deformada da velha e manda-a embora. Nesse momento ela avisa-o que o que realmente importa é a beleza interior de cada um e diz-lhe para ele reconsiderar a sua decisão, mas o príncipe não lhe liga nenhum. Como castigo a velha transforma-se numa bela feiticeira e transfigura o príncipe numa terrível e hedionda criatura, espalhando uma maldição por todo o castelo e os que nele vivem.
O príncipe teria 20 anos para encontrar a sua bondade interior, amar incondicionalmente alguém e fazer com que essa pessoa lhe retribuísse o amor. Caso contrário viveria para toda a eternidade transformado naquela besta horrível. As esperanças do príncipe em encontrar alguém que o amasse eram ínfimas, pois quem seria capaz de amar um monstro? Amargurado, revoltado e sem esperança, o príncipe viveu isolado no seu negro castelo até ao dia em que deu de caras com Belle – uma jovem donzela que entrara no seu castelo procurando o seu pai…


“Beauty and the Beast” é um drama romântico por excelência e consegue deliciar-nos, fazendo-nos rir mas também chorar. Estamos perante uma obra-prima da Walt Disney e da História do cinema. Este é um filme que realmente nos ensina a amar e a olhar as pessoas de uma forma diferente. O amor é o tema principal da trama e mais uma vez a Disney deixa uma mensagem. O típico homem machão que conquista todas as miúdas é retratado na personagem de Gaston como um imbecil, um bruto ignorante; por sua vez o monstro, a fera, a horrível criatura revela-se um ser gentil, respeitoso e com muito amor para dar. Assistimos então a uma autêntica troca de papéis nas personagens de vilão e herói: o monstro que devia ser vilão torna-se herói e o suposto herói transforma-se num monstro egocêntrico sem nada para oferecer. Extremamente belo e subtilmente poético.
Ao visionarmos “Beauty and the Beast” estamos a testemunhar pura magia. As personagens são bastante profundas e muito bem trabalhadas; os seres do castelo encantado são extremamente cómicos; a banda-sonora faz-nos sonhar cada vez mais alto e a história em si é do melhor que pode haver.
“Beauty and the Beast” é um dos mais belos filmes que Hollywood jamais nos ofereceu e a comprovar a sua qualidade está a nomeação para o Oscar de Melhor Filme em 1992 e a conquista do Golden Globe para Melhor Filme de Musical ou Comédia. De referir que nesta altura ainda não havia a categoria de Melhor Filme de Animação e este filme conseguiu intrometer-se no meio de filmes de imagem real, fazendo História na Sétima Arte.
“Beauty and the Beast” deixa-nos sem palavras e merece apenas os mais elaborados e rasgados elogios. Belo. Fascinante. Inesquecível!


Classificação - 5 Estrelas Em 5

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