Realizado por Sean Penn
Com Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Catherine Keener
É de facto uma maravilha ver obras-primas que nos tocam e nos deixam a reflectir no significado da vida, da liberdade, dos valores morais e éticos, e por aí adiante. Ver este filme do recente galardoado Sean Penn deixou-me completamente extasiado. Por dias não consegui escrever aquilo que na realidade senti e compreendi desta obra. Talvez excessiva a conduta de Christopher McCandless (Emile Hirsch) para com a sociedade, mas na verdade não pude deixar de me identificar com o seu alter-ego Alexander Supertramp quando renuncia a todo o materialismo e prazeres da vida e abraça esse estado espiritual e natura em que se rege para daí tirar os seus frutos essenciais à sobrevivência e nada mais. “Into The Wild” é uma ode à liberdade, à natureza, uma reflexão ao instinto de sobrevivência e determinação de um indivíduo, um ensaio de coragem e estupidez de quem precisou “fugir do mundo” e da sociedade para perceber que “Happiness is only real when shared” (a felicidade só é real quando partilhada). Christopher percebeu-o já tarde e de forma dura, mas é impossível censurarmos completamente esta figura rebelde e extremista, muito por culpa de Sean Penn que o transporta para o ecrã como um “anjo” que agrada a todos com quem contacta. A verdade é que essa imagem que Penn nos traz de Christopher até nos agrada, faz-nos sentir uma admiração pela coragem e destreza deste jovem inadaptado numa sociedade consumista e materialista que embora podre e corrupta é única. Christopher quis fugir desse mundo, dessa sociedade, mas aprendeu duramente que não há como fugir dela, pois uma vida solitária cria um vazio na alma por muito saudável e moralmente reconfortante que seja. Ele percebe já tarde que a única maneira é adaptar-se a esse mundo que tanto desprezava. A natureza é bela mas é também selvagem e perigosa.
Na verdade, não posso deixar de comparar este Christopher a Zaratrusta e seu Super-Homem, de Nietzsche, já que ambos se retiram do mundo numa procura de uma espiritualização e soledade, na procura de uma melhor compreensão do mundo e de uma liberdade. De facto, há uma alusão a esse Super-Homem no filme, quando Christopher numa ponte a comer uma maçã diz: “És mesmo boa. És tipo cem mil vezes melhor que qualquer maçã que já tenha comido. Não sou o Super-Homem, sou o Super-Vagabundo (Supertramp). Tu és a Super-Maçã.”
Sean Penn surpreendeu-me e muito com esta obra. Emile Hirsch também, está magnífico no papel de Christopher. Boa montagem e excelente fotografia, as paisagens são lindas e completam o filme quando as vemos ao som da música fantástica do Eddie Vedder, para quem não conhece é o vocalista dos Pearl Jam. É um filme que ficará na história do cinema, obra-prima de grande qualidade.
Com Emile Hirsch, Marcia Gay Harden, William Hurt, Jena Malone, Catherine Keener
É de facto uma maravilha ver obras-primas que nos tocam e nos deixam a reflectir no significado da vida, da liberdade, dos valores morais e éticos, e por aí adiante. Ver este filme do recente galardoado Sean Penn deixou-me completamente extasiado. Por dias não consegui escrever aquilo que na realidade senti e compreendi desta obra. Talvez excessiva a conduta de Christopher McCandless (Emile Hirsch) para com a sociedade, mas na verdade não pude deixar de me identificar com o seu alter-ego Alexander Supertramp quando renuncia a todo o materialismo e prazeres da vida e abraça esse estado espiritual e natura em que se rege para daí tirar os seus frutos essenciais à sobrevivência e nada mais. “Into The Wild” é uma ode à liberdade, à natureza, uma reflexão ao instinto de sobrevivência e determinação de um indivíduo, um ensaio de coragem e estupidez de quem precisou “fugir do mundo” e da sociedade para perceber que “Happiness is only real when shared” (a felicidade só é real quando partilhada). Christopher percebeu-o já tarde e de forma dura, mas é impossível censurarmos completamente esta figura rebelde e extremista, muito por culpa de Sean Penn que o transporta para o ecrã como um “anjo” que agrada a todos com quem contacta. A verdade é que essa imagem que Penn nos traz de Christopher até nos agrada, faz-nos sentir uma admiração pela coragem e destreza deste jovem inadaptado numa sociedade consumista e materialista que embora podre e corrupta é única. Christopher quis fugir desse mundo, dessa sociedade, mas aprendeu duramente que não há como fugir dela, pois uma vida solitária cria um vazio na alma por muito saudável e moralmente reconfortante que seja. Ele percebe já tarde que a única maneira é adaptar-se a esse mundo que tanto desprezava. A natureza é bela mas é também selvagem e perigosa.
Na verdade, não posso deixar de comparar este Christopher a Zaratrusta e seu Super-Homem, de Nietzsche, já que ambos se retiram do mundo numa procura de uma espiritualização e soledade, na procura de uma melhor compreensão do mundo e de uma liberdade. De facto, há uma alusão a esse Super-Homem no filme, quando Christopher numa ponte a comer uma maçã diz: “És mesmo boa. És tipo cem mil vezes melhor que qualquer maçã que já tenha comido. Não sou o Super-Homem, sou o Super-Vagabundo (Supertramp). Tu és a Super-Maçã.”
Sean Penn surpreendeu-me e muito com esta obra. Emile Hirsch também, está magnífico no papel de Christopher. Boa montagem e excelente fotografia, as paisagens são lindas e completam o filme quando as vemos ao som da música fantástica do Eddie Vedder, para quem não conhece é o vocalista dos Pearl Jam. É um filme que ficará na história do cinema, obra-prima de grande qualidade.
Classificação - 5 Estrelas Em 5
0 comentários :
Postar um comentário