Realizado por Thomas McCarthy
Com Danai Jekesai Gurira, Haaz Sleiman, Richard Jenkins
A inclusão de Richard Jenkins no restrito quinteto de nomeados ao Óscar de Melhor Actor Principal, causou alguma surpresa junto da comunidade cinéfila porque afastou Leonardo DiCaprio (Revolutionary Road) e Clint Eastwood (Gran Torino) da corrida ao prestigiado prémio. Após visionar “The Visitor”, compreendo perfeitamente a decisão da Academia e acredito que esta nomeação premeia em simultâneo o grande trabalho empreendido pelo actor e a ampla qualidade do filme que nos conta a história de Walter Vale (Richard Jenkins), um solitário professor de Connecticut que recentemente ficou viúvo e que certo dia se vê forçado a regressar a Nova Iorque para assistir a uma conferência e encontra o seu apartamento de Manhattan ocupado por um jovem casal de imigrantes ilegais. Depois de esclarecida a intromissão, Vale convida o casal, um jovem músico sírio chamado Tarek e a sua namorada senegalesa Zainab, a ficar a viver com ele. Uma improvável amizade acaba por se desenvolver entre o pacato professor Vale e o vibrante Tarek mas os bons momentos, depressa são perturbados pela injusta prisão de Tarek e a sua possível deportação. Vale, que está determinado a ajudar, inicia uma verdadeira cruzada pela libertação do seu mais recente amigo.
O guionista e realizador Thomas McCarthy, apresenta-nos um argumento recheado de temas interessantes e didácticos que explicitam várias visões sociais e culturais da sociedade americana como os ideais antagónicos de xenofobia e abertura internacional, mas também nos apresenta várias visões psicológicas e vanguardistas sobre a amizade e sobre as diferentes formas de procurar novos prazeres na vida. O inicialmente conformista Walter Vale assume uma postura derrotista e negativista perante a vida, fruto da sua solidão e do seu desinteresse pela sua profissão. A idade já lhe pesa e os grandes prazeres da vida já se esfumaram com o tempo, no entanto, tudo muda quando conhece o casal Tarek/Zainab que lhe incute um novo gosto pela vida e pela aprendizagem/absorção de novas experiencias e culturas. Esta progressiva transformação intimista de Vale, alarga-lhe os horizontes e permite-lhe enfrentar a vida com um novo fôlego repleto de curiosidade e interesse. A sua amizade com o casal ilegal rompe todos os estigmas culturais e xenófobos que muitas vezes pautam a sociedade norte-americana, Vale aceita-os como cidadãos legais e como membros de culturas diferentes mas respeitáveis, apesar da sociedade olhar com desconfiança e medo para Tarek, um cidadão de um pais (Sudão) com ligações terroristas e tido como parte integrante do famoso Eixo do Mal. Após a injusta prisão de Tarek, o argumento começa a abordar com mais profundidade, temas relacionados com a xenofobia e descriminação, através de várias cenas e diálogos observamos o lado mais incompreensível da sociedade americana que após o 11 de Setembro ficou mais fechada às culturas estrangeiras. Este isolamento cultural, alimenta a descriminação e a ignorância da sociedade americana que parece alienar as culturas e os problemas do resto do mundo, algo que é socialmente e historicamente incompreensível porque os Estados Unidos da América foram construídos e idealizados por estrangeiros. A história do filme é coerentemente contada através dum ritmo agradável que explicita de forma soberba, uma amplitude de temas interessantes e bastante ricos que despertam facilmente a atenção e a curiosidade do espectador.
O sexagenário Richard Jenkins sempre conseguiu papéis secundários em filmes de relativa importância e qualidade, mas nunca conseguiu um papel principal digno da sua experiência e talento, no entanto, Thomas McCarthy acreditou em Jenkins e deu-lhe a oportunidade de brilhar como protagonista neste “The Visitor”. Esta oportunidade foi bem aproveitada por Jenkins que assinou a sua melhor performance até à data e que lhe valeu a tão aguardada nomeação para um Óscar da Academia. Este drama humanista de Thomas McCarthy, elabora um retrato interessante da sociedade americana que após o 11 de Setembro apreendeu ideias xenófobos amplamente reprováveis que dificultam a vida de qualquer emigrante nos EUA, como ficou provado através das personagens Tarek e Zainab. A par desta problemática social, o argumento do filme também aborda temas mais intimistas directamente ligados à personagem de Richard Jenkins que passou a valorizar a vida e novas experiencias através da amizade e do respeito por pessoas culturalmente diferentes.
Com Danai Jekesai Gurira, Haaz Sleiman, Richard Jenkins
A inclusão de Richard Jenkins no restrito quinteto de nomeados ao Óscar de Melhor Actor Principal, causou alguma surpresa junto da comunidade cinéfila porque afastou Leonardo DiCaprio (Revolutionary Road) e Clint Eastwood (Gran Torino) da corrida ao prestigiado prémio. Após visionar “The Visitor”, compreendo perfeitamente a decisão da Academia e acredito que esta nomeação premeia em simultâneo o grande trabalho empreendido pelo actor e a ampla qualidade do filme que nos conta a história de Walter Vale (Richard Jenkins), um solitário professor de Connecticut que recentemente ficou viúvo e que certo dia se vê forçado a regressar a Nova Iorque para assistir a uma conferência e encontra o seu apartamento de Manhattan ocupado por um jovem casal de imigrantes ilegais. Depois de esclarecida a intromissão, Vale convida o casal, um jovem músico sírio chamado Tarek e a sua namorada senegalesa Zainab, a ficar a viver com ele. Uma improvável amizade acaba por se desenvolver entre o pacato professor Vale e o vibrante Tarek mas os bons momentos, depressa são perturbados pela injusta prisão de Tarek e a sua possível deportação. Vale, que está determinado a ajudar, inicia uma verdadeira cruzada pela libertação do seu mais recente amigo.
O guionista e realizador Thomas McCarthy, apresenta-nos um argumento recheado de temas interessantes e didácticos que explicitam várias visões sociais e culturais da sociedade americana como os ideais antagónicos de xenofobia e abertura internacional, mas também nos apresenta várias visões psicológicas e vanguardistas sobre a amizade e sobre as diferentes formas de procurar novos prazeres na vida. O inicialmente conformista Walter Vale assume uma postura derrotista e negativista perante a vida, fruto da sua solidão e do seu desinteresse pela sua profissão. A idade já lhe pesa e os grandes prazeres da vida já se esfumaram com o tempo, no entanto, tudo muda quando conhece o casal Tarek/Zainab que lhe incute um novo gosto pela vida e pela aprendizagem/absorção de novas experiencias e culturas. Esta progressiva transformação intimista de Vale, alarga-lhe os horizontes e permite-lhe enfrentar a vida com um novo fôlego repleto de curiosidade e interesse. A sua amizade com o casal ilegal rompe todos os estigmas culturais e xenófobos que muitas vezes pautam a sociedade norte-americana, Vale aceita-os como cidadãos legais e como membros de culturas diferentes mas respeitáveis, apesar da sociedade olhar com desconfiança e medo para Tarek, um cidadão de um pais (Sudão) com ligações terroristas e tido como parte integrante do famoso Eixo do Mal. Após a injusta prisão de Tarek, o argumento começa a abordar com mais profundidade, temas relacionados com a xenofobia e descriminação, através de várias cenas e diálogos observamos o lado mais incompreensível da sociedade americana que após o 11 de Setembro ficou mais fechada às culturas estrangeiras. Este isolamento cultural, alimenta a descriminação e a ignorância da sociedade americana que parece alienar as culturas e os problemas do resto do mundo, algo que é socialmente e historicamente incompreensível porque os Estados Unidos da América foram construídos e idealizados por estrangeiros. A história do filme é coerentemente contada através dum ritmo agradável que explicita de forma soberba, uma amplitude de temas interessantes e bastante ricos que despertam facilmente a atenção e a curiosidade do espectador.
O sexagenário Richard Jenkins sempre conseguiu papéis secundários em filmes de relativa importância e qualidade, mas nunca conseguiu um papel principal digno da sua experiência e talento, no entanto, Thomas McCarthy acreditou em Jenkins e deu-lhe a oportunidade de brilhar como protagonista neste “The Visitor”. Esta oportunidade foi bem aproveitada por Jenkins que assinou a sua melhor performance até à data e que lhe valeu a tão aguardada nomeação para um Óscar da Academia. Este drama humanista de Thomas McCarthy, elabora um retrato interessante da sociedade americana que após o 11 de Setembro apreendeu ideias xenófobos amplamente reprováveis que dificultam a vida de qualquer emigrante nos EUA, como ficou provado através das personagens Tarek e Zainab. A par desta problemática social, o argumento do filme também aborda temas mais intimistas directamente ligados à personagem de Richard Jenkins que passou a valorizar a vida e novas experiencias através da amizade e do respeito por pessoas culturalmente diferentes.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
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