Realizado por Bryan Singer
Com Tom Cruise, Kenneth Branagh, Bill Nighy, Tom Wilkenson
Todos os anos surgem nas salas de cinema mundiais, obras cinematográficas baseadas ou inspiradas em histórias verídicas da Segunda Guerra Mundial. O ano de 2008 não foi excepção e também nos apresentou diversos filmes que resgataram a temática da guerra mais sangrenta e violenta do século passado. Entre esses títulos encontra-se “Valkyrie”, uma co-produção Alemã e Americana que nos leva até aos bastidores do Terceiro Reich para nos desvendar os segredos da Operação Valquíria, uma tentativa falhada de Golpe de Estado levada a cabo por forças da Resistência Alemã com o apoio de algumas altas patentes do Terceiro Reich. A principal figura desta falhada operação/conspiração foi o Coronel-Conde Claus Schenk Graf von Stauffenberg (Tom Cruise), um orgulhoso nacionalista alemão que sempre foi fiel ao seu país mas que, após ver Hitler precipitar a Alemanha e a Europa no caos, começa a acreditar que é preciso passar à acção e travar o líder da Nacional-Socialista Alemã. Em 1942, Stauffenberg junta-se em segredo à Resistência Alemã Anti-Hitler para começar a desenvolver os primeiros planos contra a vida do Fuhrer mas uma série de infelizes acontecimentos, impede a execução concreta e eficaz do ataque, no entanto, um ano mais tarde e após Stauffenberg regressar do Norte de África, onde sofreu várias lesões físicas, começam a delinear-se os preparativos concretos da Operação Valquíria. Após um ano de intensivo planeamento, Stauffenberg avança finamente com a Operação Valquíria na manhã de 20 de Julho de 1944 mas uma série de coincidências infelizes protege Hitler do atentado e automaticamente condena os seus autores à morte.
A história real da Operação Valquíria é muito mais complexa do que aquela que é apresentada em “Valkyrie”, uma obra que apenas apresenta os traços gerais da conspiração e sempre através da perspectiva de Stauffenberg, no entanto, temos que aceitar este resumo dos factos porque não estamos perante um documentário mas sim perante um thriller que tem como objectivo principal, apresentar uma história recheada de suspense e tensão que capte a atenção do espectador mas o maior problema de “Valkyrie” reside precisamente nesse ponto, apesar de só apresentar as partes mais sumarentas da fatídica operação, o filme não consegue incutir um ambiente tenso em redor dos avanços e recuos da conspiração. Durante duas horas o filme limita-se a recontar uma história amplamente conhecida do público sem lhe conferir uma réstia significativa de emoção que a torne apelativa do ponto de vista sócio-psicológico. Na minha opinião, esta ausência latente de emoção e acção prejudica todo o conceito narrativo do filme que desta forma limita-se ao relato de factos de forma seca e impessoal, algo que desde logo cria demasiadas semelhanças com um documentário histórico que apenas visa o apuramento concreto dos factos. Seria de esperar que um filme deste género concedesse uma maior prioridade ao lado humano da história mas tal não aconteceu. A falta de subjectivismo das personagens e da própria história, afectou irremediavelmente os vários diálogos políticos e românticos presentes no filme, estes são demasiado mecânicos e superficiais, o que obviamente impede a exteriorização de uma mensagem sentida e reveladora do carácter e personalidade das diversas personagens que integram a história do filme.
É óbvio que a fama desta história e o prévio conhecimento do seu final, pode tornar o filme menos interessante mas também é verdade que no passado, várias obras sobre temáticas igualmente famosas (Elizabeth, Downfall, Marie Antoinette) conseguiram oferecer ao público um drama pessoal/colectivo apelativo e digno. Essas obras apostaram no lado humano sem descurar o lado histórico, conseguindo assim harmonizar os dois aspectos fundamentais num enredo completo e capaz de agradar ao público que não procura uma lição de história. Apesar de raros, consegui encontrar alguns momentos iminentemente pessoais nesta obra sendo o mais visível aquele onde Stauffenberg vive um breve dilema entre o dever de servir o seu governante e o dever de tentar criar uma Alemanha melhor. Mesmo com a presença destes pequenos “achados”, continuo a acreditar que faltou a este “Valkyrie” uma construção narrativa mais criativa e emocional.
À parte da imperfeição narrativa, encontrámos em “Valkyrie” alguns atractivos que incluem o elenco e todos os aspectos ligados ao visual e ambiente do filme. O elenco é liderado por Tom Cruise que conseguiu sobrepor-se às polémicas da sua vida privada, para arrancar uma prestação bastante plausível e interessante que nos recorda o Tom Cruise de outros tempos. Para além de Cruise, “Valkyrie” também contou com os serviços de um competente e talentoso elenco secundário que apoiou na perfeição o protagonista. O outro grande atractivo do filme está nos seus cenários e adereços, maravilhosamente recriados e inseridos no espírito da época. Esta preocupação ao nível visual e histórico dos adereços e localizações, permitiu um encaixe perfeito no ambiente da Segunda Guerra Mundial. Feitas as contas, “Valkyrie” custou aos estúdios MGM cerca de 90 milhões de dólares. Um valor/ investimento demasiado alto para um filme que apenas roça o aceitável. O principal responsável por esta quebra nas expectativas é sem dúvida o argumento que não foi devidamente desenvolvido ao nível humano e psicológico.
Com Tom Cruise, Kenneth Branagh, Bill Nighy, Tom Wilkenson
Todos os anos surgem nas salas de cinema mundiais, obras cinematográficas baseadas ou inspiradas em histórias verídicas da Segunda Guerra Mundial. O ano de 2008 não foi excepção e também nos apresentou diversos filmes que resgataram a temática da guerra mais sangrenta e violenta do século passado. Entre esses títulos encontra-se “Valkyrie”, uma co-produção Alemã e Americana que nos leva até aos bastidores do Terceiro Reich para nos desvendar os segredos da Operação Valquíria, uma tentativa falhada de Golpe de Estado levada a cabo por forças da Resistência Alemã com o apoio de algumas altas patentes do Terceiro Reich. A principal figura desta falhada operação/conspiração foi o Coronel-Conde Claus Schenk Graf von Stauffenberg (Tom Cruise), um orgulhoso nacionalista alemão que sempre foi fiel ao seu país mas que, após ver Hitler precipitar a Alemanha e a Europa no caos, começa a acreditar que é preciso passar à acção e travar o líder da Nacional-Socialista Alemã. Em 1942, Stauffenberg junta-se em segredo à Resistência Alemã Anti-Hitler para começar a desenvolver os primeiros planos contra a vida do Fuhrer mas uma série de infelizes acontecimentos, impede a execução concreta e eficaz do ataque, no entanto, um ano mais tarde e após Stauffenberg regressar do Norte de África, onde sofreu várias lesões físicas, começam a delinear-se os preparativos concretos da Operação Valquíria. Após um ano de intensivo planeamento, Stauffenberg avança finamente com a Operação Valquíria na manhã de 20 de Julho de 1944 mas uma série de coincidências infelizes protege Hitler do atentado e automaticamente condena os seus autores à morte.
A história real da Operação Valquíria é muito mais complexa do que aquela que é apresentada em “Valkyrie”, uma obra que apenas apresenta os traços gerais da conspiração e sempre através da perspectiva de Stauffenberg, no entanto, temos que aceitar este resumo dos factos porque não estamos perante um documentário mas sim perante um thriller que tem como objectivo principal, apresentar uma história recheada de suspense e tensão que capte a atenção do espectador mas o maior problema de “Valkyrie” reside precisamente nesse ponto, apesar de só apresentar as partes mais sumarentas da fatídica operação, o filme não consegue incutir um ambiente tenso em redor dos avanços e recuos da conspiração. Durante duas horas o filme limita-se a recontar uma história amplamente conhecida do público sem lhe conferir uma réstia significativa de emoção que a torne apelativa do ponto de vista sócio-psicológico. Na minha opinião, esta ausência latente de emoção e acção prejudica todo o conceito narrativo do filme que desta forma limita-se ao relato de factos de forma seca e impessoal, algo que desde logo cria demasiadas semelhanças com um documentário histórico que apenas visa o apuramento concreto dos factos. Seria de esperar que um filme deste género concedesse uma maior prioridade ao lado humano da história mas tal não aconteceu. A falta de subjectivismo das personagens e da própria história, afectou irremediavelmente os vários diálogos políticos e românticos presentes no filme, estes são demasiado mecânicos e superficiais, o que obviamente impede a exteriorização de uma mensagem sentida e reveladora do carácter e personalidade das diversas personagens que integram a história do filme.
É óbvio que a fama desta história e o prévio conhecimento do seu final, pode tornar o filme menos interessante mas também é verdade que no passado, várias obras sobre temáticas igualmente famosas (Elizabeth, Downfall, Marie Antoinette) conseguiram oferecer ao público um drama pessoal/colectivo apelativo e digno. Essas obras apostaram no lado humano sem descurar o lado histórico, conseguindo assim harmonizar os dois aspectos fundamentais num enredo completo e capaz de agradar ao público que não procura uma lição de história. Apesar de raros, consegui encontrar alguns momentos iminentemente pessoais nesta obra sendo o mais visível aquele onde Stauffenberg vive um breve dilema entre o dever de servir o seu governante e o dever de tentar criar uma Alemanha melhor. Mesmo com a presença destes pequenos “achados”, continuo a acreditar que faltou a este “Valkyrie” uma construção narrativa mais criativa e emocional.
À parte da imperfeição narrativa, encontrámos em “Valkyrie” alguns atractivos que incluem o elenco e todos os aspectos ligados ao visual e ambiente do filme. O elenco é liderado por Tom Cruise que conseguiu sobrepor-se às polémicas da sua vida privada, para arrancar uma prestação bastante plausível e interessante que nos recorda o Tom Cruise de outros tempos. Para além de Cruise, “Valkyrie” também contou com os serviços de um competente e talentoso elenco secundário que apoiou na perfeição o protagonista. O outro grande atractivo do filme está nos seus cenários e adereços, maravilhosamente recriados e inseridos no espírito da época. Esta preocupação ao nível visual e histórico dos adereços e localizações, permitiu um encaixe perfeito no ambiente da Segunda Guerra Mundial. Feitas as contas, “Valkyrie” custou aos estúdios MGM cerca de 90 milhões de dólares. Um valor/ investimento demasiado alto para um filme que apenas roça o aceitável. O principal responsável por esta quebra nas expectativas é sem dúvida o argumento que não foi devidamente desenvolvido ao nível humano e psicológico.
Classificação - 3 Estrelas Em 5
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