Realizado por Jonathan Demme
Com Anne Hathaway, Rosemarie DeWitt, Mather Zickel
Após vários anos de interregno qualitativo, Jonathan Demme emergiu das sombras de Hollywood para nos apresentar “Rachel Getting Married”, um atractivo e emocional drama sobre crises, conflitos e tragédias familiares. A protagonista deste interessante filme é Kym (Anne Hathaway), uma jovem problemática que após ter passado uma temporada numa clínica de reabilitação, regressa a casa para participar no casamento da sua irmã Rachel (Rosemarie DeWitt). Este regresso de Kym não é pacífico e reacende uma série de problemáticas e conflitos familiares que ameaçam estragar o tão aguardado casamento.
A disfunção familiar é claramente o principal tema deste argumento, brilhantemente escrito por Jenny Lumet. Através de vários conflitos impulsionados por Kym, aprofundamos lentamente o passado desta jovem e da sua família visivelmente separada. Graças a vários elementos narrativos que são lentamente introduzidos na história, somos confrontados com a verdadeira natureza desta família emocionalmente quebrada e fisicamente separada que nunca foi uma verdadeira família carinhosa e completa. Esta clara disfunção entre familiares reflecte-se principalmente em Kym que nunca conseguiu lidar frontalmente com o seu trágico passado. À medida que o enredo se desenvolve e os conflitos tornam-se mais acesos e pessoais, descobrimos as verdadeiras causas do lastimoso estado psicológico de Kym e as razões que a levam a cometer actos birrentos e desproporcionais que apelam à atenção. Através de diálogos repletos de fortes emoções antagónicas descobrimos que o lado narcisista e egocêntrico desta complicada personagem serve apenas para disfarçar os seus maiores medos e defeitos que se exteriorizam constantemente durante a preparação do casamento da sua irmã. Entre os vários temas abordados pelo filme encontramos o divórcio e todas as suas repercussões na vida social e familiar dos envolvidos, este complicado tema reflecte-se nos pais de Kym e na sua desequilibrada relação com as filhas. Para além do divórcio, “Rachel Getting Married” aborda outros temas igualmente interessantes e importantes como as drogas, o ciúme, a violência e a inveja. Em suma, a história desta obra oferece-nos um plano familiar dramático bem elaborado e amplamente emocional, que certamente agradará a todos os amantes de dramas pouco convencionais.
No passado, Jonathan Demme brindou-nos com grandes obras cinematográficas como “The Silence of the Lambs” ou "Philadelphia”, filmes com claras pretensões megalomaníacas aos grandes prémios do cinema mundial que eventualmente acabariam por conquistar. Essas obras de Demme, possuem uma direcção rígida e amplamente profissional que realça a seriedade e intelectualidade do argumento e dos seus temas. Esse estilo profissional e intelectual, não está presente neste “Rachel Getting Married”, uma obra simples e eficaz que, através de um estilo quase documental, retrata de forma livre e clara as disfunções emocionais de Kym e da sua família. O trabalho de câmara de Demme, nunca oferece ao público planos extremamente elaborados mas fornece-lhes uma visão pessoal e intimista dos acontecimentos através de uma realização próxima e atenta ao ambiente e emoções que rodeiam a personagem principal. Esta competente realização é completada por uma banda sonora bastante interessante que acompanha na perfeição a escalada dramática da história e as diferentes emoções vividas pelas personagens.
A fantástica Anne Hathaway é claramente um dos grandes destaques deste filme. Esta jovem actriz carrega às suas costas grande parte da história, fruto da grande importância da sua complexa personagem Kym que é brilhantemente incorporada por esta jovem mas talentosa actriz. Este desempenho praticamente perfeito é acompanhado por várias prestações secundárias de bom nível, como é o caso da grande performance de Rosemarie DeWitt no papel de Rachel, irmã de Kym. Através de uma interessante história que é sustentada por uma grande performance de Anne Hathaway e orquestrada por uma realização talentosa de Jonathan Demme, “Rachel Getting Married” assume-se como um dos melhores dramas de 2008 e como uma das grandes surpresas dos últimos anos.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
Com Anne Hathaway, Rosemarie DeWitt, Mather Zickel
Após vários anos de interregno qualitativo, Jonathan Demme emergiu das sombras de Hollywood para nos apresentar “Rachel Getting Married”, um atractivo e emocional drama sobre crises, conflitos e tragédias familiares. A protagonista deste interessante filme é Kym (Anne Hathaway), uma jovem problemática que após ter passado uma temporada numa clínica de reabilitação, regressa a casa para participar no casamento da sua irmã Rachel (Rosemarie DeWitt). Este regresso de Kym não é pacífico e reacende uma série de problemáticas e conflitos familiares que ameaçam estragar o tão aguardado casamento.
A disfunção familiar é claramente o principal tema deste argumento, brilhantemente escrito por Jenny Lumet. Através de vários conflitos impulsionados por Kym, aprofundamos lentamente o passado desta jovem e da sua família visivelmente separada. Graças a vários elementos narrativos que são lentamente introduzidos na história, somos confrontados com a verdadeira natureza desta família emocionalmente quebrada e fisicamente separada que nunca foi uma verdadeira família carinhosa e completa. Esta clara disfunção entre familiares reflecte-se principalmente em Kym que nunca conseguiu lidar frontalmente com o seu trágico passado. À medida que o enredo se desenvolve e os conflitos tornam-se mais acesos e pessoais, descobrimos as verdadeiras causas do lastimoso estado psicológico de Kym e as razões que a levam a cometer actos birrentos e desproporcionais que apelam à atenção. Através de diálogos repletos de fortes emoções antagónicas descobrimos que o lado narcisista e egocêntrico desta complicada personagem serve apenas para disfarçar os seus maiores medos e defeitos que se exteriorizam constantemente durante a preparação do casamento da sua irmã. Entre os vários temas abordados pelo filme encontramos o divórcio e todas as suas repercussões na vida social e familiar dos envolvidos, este complicado tema reflecte-se nos pais de Kym e na sua desequilibrada relação com as filhas. Para além do divórcio, “Rachel Getting Married” aborda outros temas igualmente interessantes e importantes como as drogas, o ciúme, a violência e a inveja. Em suma, a história desta obra oferece-nos um plano familiar dramático bem elaborado e amplamente emocional, que certamente agradará a todos os amantes de dramas pouco convencionais.
No passado, Jonathan Demme brindou-nos com grandes obras cinematográficas como “The Silence of the Lambs” ou "Philadelphia”, filmes com claras pretensões megalomaníacas aos grandes prémios do cinema mundial que eventualmente acabariam por conquistar. Essas obras de Demme, possuem uma direcção rígida e amplamente profissional que realça a seriedade e intelectualidade do argumento e dos seus temas. Esse estilo profissional e intelectual, não está presente neste “Rachel Getting Married”, uma obra simples e eficaz que, através de um estilo quase documental, retrata de forma livre e clara as disfunções emocionais de Kym e da sua família. O trabalho de câmara de Demme, nunca oferece ao público planos extremamente elaborados mas fornece-lhes uma visão pessoal e intimista dos acontecimentos através de uma realização próxima e atenta ao ambiente e emoções que rodeiam a personagem principal. Esta competente realização é completada por uma banda sonora bastante interessante que acompanha na perfeição a escalada dramática da história e as diferentes emoções vividas pelas personagens.
A fantástica Anne Hathaway é claramente um dos grandes destaques deste filme. Esta jovem actriz carrega às suas costas grande parte da história, fruto da grande importância da sua complexa personagem Kym que é brilhantemente incorporada por esta jovem mas talentosa actriz. Este desempenho praticamente perfeito é acompanhado por várias prestações secundárias de bom nível, como é o caso da grande performance de Rosemarie DeWitt no papel de Rachel, irmã de Kym. Através de uma interessante história que é sustentada por uma grande performance de Anne Hathaway e orquestrada por uma realização talentosa de Jonathan Demme, “Rachel Getting Married” assume-se como um dos melhores dramas de 2008 e como uma das grandes surpresas dos últimos anos.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
2ª Crítica - AQUI
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