Realizado por Tsai Ming-liang
Com Kang-sheng Lee, Shiang-chyi Chen, Kiyonobu Mitamura
Quais as memórias que prevalecem depois de assistir a uma sessão cinematográfica? No colectivo e individual? Bu San apela à cicatriz, ao pulso dark na reminiscência de um – popular, faustoso e nobre - antigo cinema tailandês que, no último dia de existência, tem na noite como exibição Dragon Inn, um clássico das artes marciais de 66 dirigido por Hu King, realizador influente para o próprio Tsai Ming-Liang. Sumariando desta forma, tudo conclui que estaremos diante de mais um carrossel de terror/horror. Não é. Um passageiro desta, turista japonês entra no labirinto assombrado para se abrigar da chuva, encontrando a partir dali quase um fenómeno combustível às grelhas da Fantasia. Uma mulher esquisa, bilheteira, que coxeia devido a ter como perna um braço. Um projeccionista atmosférico, evasivo, como tudo na película.
O perfeito sentido da solidão que Tsai Ming-liang quis analisar é vertido nas cenas longas, ânimos lúgubres dos residentes na decadência, visual activo em narrativa neurótica por todos os personagens criados (fumar, acções fantasma, etc) e, a exploração espacial de todo o complexo e pormenorizado recinto que, tem o primeiro diálogo apenas aos 45 minutos – e é para dizer ao turista, peça fundamental de Bu San que o cinema está assombrado. Da experiência una com outros intervenientes, estranhos em estado séptico pela indiferença, apatia, tristeza e solidão, que vão passando pela sala (é importante referir que passam dois dos actores originais da tela em exibição, agora já velhos, mas os únicos a quem resta um pouco de fulgor em todo o ambiente) ao longo da noite, o turista, que aparenta estar entre - e - ser homossexual, procede ao retrair encontros psicológicos com fluidez, ambivalência emocional em cenas por vezes demasiado longas, para o desenvolvimento do afecto com deficit no tacto que tem omnipresente o contraste duro com o que se vai passando na tela com Dragon Inn. Se o conceito é extraordinariamente rico, original até onde pode, a realização ainda melhor; com um trabalho conjunto difícil, intestinal, aberto a perspectiva irreal, facultando a Goodbye, Dragon Inn o que o próprio quer, obriga a ser: escuro, fantástico, intrínseco com o desespero, vibrante na psicologia e gema atmosférico de uma das sinopses negras mais brilhantes do novo século.
O perfeito sentido da solidão que Tsai Ming-liang quis analisar é vertido nas cenas longas, ânimos lúgubres dos residentes na decadência, visual activo em narrativa neurótica por todos os personagens criados (fumar, acções fantasma, etc) e, a exploração espacial de todo o complexo e pormenorizado recinto que, tem o primeiro diálogo apenas aos 45 minutos – e é para dizer ao turista, peça fundamental de Bu San que o cinema está assombrado. Da experiência una com outros intervenientes, estranhos em estado séptico pela indiferença, apatia, tristeza e solidão, que vão passando pela sala (é importante referir que passam dois dos actores originais da tela em exibição, agora já velhos, mas os únicos a quem resta um pouco de fulgor em todo o ambiente) ao longo da noite, o turista, que aparenta estar entre - e - ser homossexual, procede ao retrair encontros psicológicos com fluidez, ambivalência emocional em cenas por vezes demasiado longas, para o desenvolvimento do afecto com deficit no tacto que tem omnipresente o contraste duro com o que se vai passando na tela com Dragon Inn. Se o conceito é extraordinariamente rico, original até onde pode, a realização ainda melhor; com um trabalho conjunto difícil, intestinal, aberto a perspectiva irreal, facultando a Goodbye, Dragon Inn o que o próprio quer, obriga a ser: escuro, fantástico, intrínseco com o desespero, vibrante na psicologia e gema atmosférico de uma das sinopses negras mais brilhantes do novo século.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
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