Realizado por Nicolas Roeg
Com Donald Sutherland e Julie Christie
Nicolas Roeg começou como director de fotografia e trabalhou para realizadores de renome como Truffaut ou David Lean, antes de enveredar ele próprio pela carreira de realizador. Este “Don´t Look Now” é um dos seus melhores trabalhos, um thriller psicológico baseado numa história de Daphne du Maurier que também inspirou Hitchcock, em obras como “Rebecca” e “The Birds”. O filme começa por nos apresentar ao arqueólogo John (Sutherland) e à sua esposa Laura (Julie Christie) que subitamente perdem a sua filha de forma acidental numa casa rural em Inglaterra. Mais tarde vão para Veneza para tentarem esquecer e ultrapassar a sua mágoa, no entanto a sua viagem começa a correr mal, a partir do momento em que se cruzam com duas irmãs, uma delas cega e psíquica que lhes informa que a sua filha está a enviar-lhe mensagens espirituais.
Esta longa-metragem não mostra em si uma história muito coerente já que é maioritariamente baseada em sensações, procurando criar um ambiente fantasmagórico de muita desorientação e aí as ruas sombrias de Veneza, não poderiam ter sido melhor escolhidas para servir de cenário a esta história. Nicolas Roeg retrata a bela Veneza como uma cidade húmida e negra que transmite uma constante má sensação ao casal, quase que dizendo que eles não são bem-vindos. Essa ideia é reforçada pelo facto de raramente se ver gente nas ruas quando o casal caminha à noite e também devido às gárgulas, que parecem indicar que existe uma maldição espalhada sobre aquele casal.
A dupla cena inicial é espectacular, mostra-nos duas crianças a brincar e os pais a conversarem numa sala, acontecimentos esses que ocorrem simultaneamente. A cena mostra a força do instinto de John que sente que algo de grave está a acontecer quando uma fotografia da sua filha é tocada por uma mancha de vinho, acidentalmente derramada. A conexão entre essas duas partes e a montagem que a originou é de extrema qualidade e impressionou-me bastante. Outro factor que apreciei foi a referência à cor vermelha que só aparece em certas ocasiões e é aí que ficamos ainda mais confusos, porque ficamos com a sensação que algo de mau estará para acontecer. Estamos perante um filme de enorme qualidade que contem suspense até ao fim e que consegue deixar o espectador confuso, mesmo após o seu final. Também é de realçar a interpretação dos protagonistas e de toda a carga dramática que conseguem impingir para recuperarem do desgosto da perda da filha e até mesmo para manterem o seu casamento estável. Tratasse de um filme indispensável para quem goste de obras do género.
Classificação - 4,5 Estrelas Em 5
Com Donald Sutherland e Julie Christie
Nicolas Roeg começou como director de fotografia e trabalhou para realizadores de renome como Truffaut ou David Lean, antes de enveredar ele próprio pela carreira de realizador. Este “Don´t Look Now” é um dos seus melhores trabalhos, um thriller psicológico baseado numa história de Daphne du Maurier que também inspirou Hitchcock, em obras como “Rebecca” e “The Birds”. O filme começa por nos apresentar ao arqueólogo John (Sutherland) e à sua esposa Laura (Julie Christie) que subitamente perdem a sua filha de forma acidental numa casa rural em Inglaterra. Mais tarde vão para Veneza para tentarem esquecer e ultrapassar a sua mágoa, no entanto a sua viagem começa a correr mal, a partir do momento em que se cruzam com duas irmãs, uma delas cega e psíquica que lhes informa que a sua filha está a enviar-lhe mensagens espirituais.
Esta longa-metragem não mostra em si uma história muito coerente já que é maioritariamente baseada em sensações, procurando criar um ambiente fantasmagórico de muita desorientação e aí as ruas sombrias de Veneza, não poderiam ter sido melhor escolhidas para servir de cenário a esta história. Nicolas Roeg retrata a bela Veneza como uma cidade húmida e negra que transmite uma constante má sensação ao casal, quase que dizendo que eles não são bem-vindos. Essa ideia é reforçada pelo facto de raramente se ver gente nas ruas quando o casal caminha à noite e também devido às gárgulas, que parecem indicar que existe uma maldição espalhada sobre aquele casal.
A dupla cena inicial é espectacular, mostra-nos duas crianças a brincar e os pais a conversarem numa sala, acontecimentos esses que ocorrem simultaneamente. A cena mostra a força do instinto de John que sente que algo de grave está a acontecer quando uma fotografia da sua filha é tocada por uma mancha de vinho, acidentalmente derramada. A conexão entre essas duas partes e a montagem que a originou é de extrema qualidade e impressionou-me bastante. Outro factor que apreciei foi a referência à cor vermelha que só aparece em certas ocasiões e é aí que ficamos ainda mais confusos, porque ficamos com a sensação que algo de mau estará para acontecer. Estamos perante um filme de enorme qualidade que contem suspense até ao fim e que consegue deixar o espectador confuso, mesmo após o seu final. Também é de realçar a interpretação dos protagonistas e de toda a carga dramática que conseguem impingir para recuperarem do desgosto da perda da filha e até mesmo para manterem o seu casamento estável. Tratasse de um filme indispensável para quem goste de obras do género.
Classificação - 4,5 Estrelas Em 5
Escrito e Enviado por Slrem
0 comentários :
Postar um comentário