Com Diane Lane e Richard Gere
Desconfio sempre de best-sellers e dos americanos em particular. Uma obra que agrada a tantos afasta-se necessariamente da polémica, do questionar da realidade ou seja da essência da arte para se entregar a uma condescendência velada. É isto que acontece com a obra de Nicholas Sparks que serviu de base ao argumento deste filme. Em Nights in Rondanthe, Adrienne Willis (Diane Lane) é uma mulher madura que, perante uma grave crise familiar – o marido que a deixara pretende a reconciliação e a filha adolescente revolta-se contra a mãe-, refugia-se numa pousada de uma amiga, na cidade costeira de Rodanthe. Convenientemente a proprietária tem de se ausentar durante um fim-de-semana em que o único hóspede é o atraente médico Paul Flanner (Richard Gere), que sacrificara a sua família em favor da carreira e ali se refugia para fazer um exame de consciencia. Sob uma tempestade tenebrosa o casal apaixona-se perdidamente, no entanto o idílio não dura muito porque o médico partiria em breve para uma missão humanitária onde se juntaria ao filho. Esse romance, cujo desenlace não revelo, mudaria Adrienne para sempre.
Os clichés são assustadoramente recorrentes neste filme, desde a sexualidade que se reencontra na meia-idade, ao charme irresistível de um homem com uma posição social elevada que recusa até então deixar-se prender, à paixão sob o temporal tudo está visto e revisto em centenas de filmes e romances de maior ou menor qualidade. Até os ambientes e o guarda-roupa chique-blasé são previsíveis. No entanto o filme cumpre um objectivo, o mesmo que tornou o livro num best-seller. O filme permite ao público com mais de quarenta anos, especialmente o feminino, que é fruto de uma geração onde a família está permanentemente em crise e onde a mulher tem o papel extraordinariamente difícil de coordenar uma carreira com a vida familiar e o seu próprio equilíbrio, permite-lhe, dizia, sonhar e acreditar numa felicidade tardia mas merecida, provavelmente tragicamente efémera, quase um fragmento de sonho, mas possível e recompensadora de todo os sacrifícios feitos, de todos os maus tratos emocionais de relações mal sucedidas. É um filme que eleva a auto-estima daqueles/as que se começam a sentir vencidos pela vida. Para além do argumento ser tão pouco original e das personagens terem construções psicológicas tão estereotipadas, as interpretações de Gere e Lane não são credíveis, passando a imagem de que nem eles próprios acreditam no que estão a fazer, sendo o resultado um filme tristemente mau.
Os clichés são assustadoramente recorrentes neste filme, desde a sexualidade que se reencontra na meia-idade, ao charme irresistível de um homem com uma posição social elevada que recusa até então deixar-se prender, à paixão sob o temporal tudo está visto e revisto em centenas de filmes e romances de maior ou menor qualidade. Até os ambientes e o guarda-roupa chique-blasé são previsíveis. No entanto o filme cumpre um objectivo, o mesmo que tornou o livro num best-seller. O filme permite ao público com mais de quarenta anos, especialmente o feminino, que é fruto de uma geração onde a família está permanentemente em crise e onde a mulher tem o papel extraordinariamente difícil de coordenar uma carreira com a vida familiar e o seu próprio equilíbrio, permite-lhe, dizia, sonhar e acreditar numa felicidade tardia mas merecida, provavelmente tragicamente efémera, quase um fragmento de sonho, mas possível e recompensadora de todo os sacrifícios feitos, de todos os maus tratos emocionais de relações mal sucedidas. É um filme que eleva a auto-estima daqueles/as que se começam a sentir vencidos pela vida. Para além do argumento ser tão pouco original e das personagens terem construções psicológicas tão estereotipadas, as interpretações de Gere e Lane não são credíveis, passando a imagem de que nem eles próprios acreditam no que estão a fazer, sendo o resultado um filme tristemente mau.
Classificação - 2,5 Estrelas Em 5
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