Realizado por Sam Mendes
Com Kevin Spacey, Annette Bening, Thora Birch, Wes Bentley, Mena Suvary
“American Beauty” é um drama crítico e sarcástico que invoca e questiona os principais valores e ideais que pautam o dito sonho americano. O filme centra-se em Lester Burnham (Kevin Spacey), um homem em pela crise de meia-idade que é o líder de uma típica família de classe média americana e que vive num dos magníficos subúrbios de uma grande cidade, tendo como vizinhos pessoas aparentemente normais mas que no fundo guardam, tal como ele, grandes segredos. Ao longo do filme, Burnham terá que lidar com vários problemas, entre os quais, a sua paixão pela melhor amiga da sua filha adolescente, a infidelidade da sua mulher, a frustrante rotina do seu dia a dia, a falta de satisfação no seu trabalho, as drogas, os diversos problemas sociais da sua filha, o relacionamento desta com o problemático rapaz da porta ao lado, a homossexualidade escondida de um dos seus vizinhos, entre outras situações.
“American Beauty” é uma magnífica e envolvente obra-prima de Sam Mendes que se revelou um autêntico génio, conseguindo construir na perfeição uma história sarcástica e irónica sobre um tema pouco badalado mas extremamente interessante. O filme não passou ao lado da crítica mundial que o elogiou bastante. "American Beauty" foi inclusivamente distinguida com cinco Óscares da Academia, incluindo o de Melhor Filme, um prémio que surpreendeu porque apesar de tudo o filme é controverso, fugindo um pouco dos parâmetros morais que a Academia vinha a estabelecer para os seus vencedores. Através da progressiva transformação moral da personagem principal, o filme questiona os pilares morais do modo de vida americano, demonstrando a superficialidade do “American Dream”. As personagens secundárias contribuem com alguns dos assuntos tabus da sociedade não só americana como também ocidental, como por exemplo, a exclusão social, as drogas, a homossexualidade e os relacionamentos impróprios. Tudo foi muito bem montado pelo realizador Sam Mendes e arquitectado pelo guionista Alan Ball, ambos efectuaram um trabalho bastante interessante de um ponto de vista moral e que mostrou algumas fragilidades de um classe que aparentemente se mostra como exemplo a seguir. A totalidade das peças que no fim constroem a história do filme tiveram uma inspiração na vida real o que demonstra que todas as situações apresentadas têm algum fundo de verdade. Não é preciso ir ao E.U.A para termos exemplos disso, basta olharmos para o nosso próprio país.
Sam Mendes teve com “American Beauty” o seu primeiro trabalho como realizador porque até então só tinha feito trabalhos para o teatro. A sua experiência nessa área acaba por vir ao de cima na forma como constrói o filme, utilizando bases teatrais para desenvolver da melhor forma a história do filme. As cenas interligam-se muito bem, encadeando de uma maneira simples mas eficaz as múltiplas problemáticas da complexa história. Cada cena revela um bocado das personagens e os problemas que as atormentam, cada cena é uma pequena lição, uma ironia, uma mensagem. O guião, como já dei a entender, é bastante interessante. A realização de Sam Mendes é muito boa mas a capacidade imaginativa de Allan Ball não fica nada atrás. Allan pegou em várias mini-histórias de vida para criar uma história trágica, dramática e com traços de comédia sobre a sociedade ocidental, mais concretamente a americana. Ele criou uma magnífica sátira sobre uma sociedade que procura sempre salvar os outros esquecendo por vezes de se salvar a si própria, uma história sobre como o exterior pode ser completamente contrário ao interior. O elenco tem vários actores secundários de grande qualidade que dão um excelente contributo ao filme, cumprindo na perfeição as várias especificidades das suas personagens. Mas o principal destaque vai para o magistral Kevin Spacey, merecidamente distinguido com o Óscar de Melhor Actor Principal pelo seu excelente papel. A sua personagem é o epicentro do filme porque a história começa, desenvolve-se e acaba com ele e como tal coube a Spacey o trabalho mais difícil e graças ao seu profissionalismo e talento natural, lidou muito bem com o protagonismo, tendo ajudado a construir uma personagem principal forte, caricata e inesquecível, oferecendo também uma perfeita imagem de um homem de meia idade de classe média a viver uma crise de existência. Uma fotografia de grande qualidade que foi distinguida com um Óscar e uma banda sonora que combina muito bem com o espírito do filme, juntam-se a outros aspectos mais secundários que ajudaram a fazer do filme uma obra-prima. “American Beauty” é um filme que se mantêm actual apesar de se já terem passado alguns anos desde a sua estreia. Oferece uma história inovadora que pautou o caminho para obras do género, como foi o caso de “Crash”. Alguns acham que o filme foi sobrevalorizado pela crítica mundial mas pelo que o filme ofereceu à sociedade merece, na minha opinião, o sucesso que teve.
Com Kevin Spacey, Annette Bening, Thora Birch, Wes Bentley, Mena Suvary
“American Beauty” é um drama crítico e sarcástico que invoca e questiona os principais valores e ideais que pautam o dito sonho americano. O filme centra-se em Lester Burnham (Kevin Spacey), um homem em pela crise de meia-idade que é o líder de uma típica família de classe média americana e que vive num dos magníficos subúrbios de uma grande cidade, tendo como vizinhos pessoas aparentemente normais mas que no fundo guardam, tal como ele, grandes segredos. Ao longo do filme, Burnham terá que lidar com vários problemas, entre os quais, a sua paixão pela melhor amiga da sua filha adolescente, a infidelidade da sua mulher, a frustrante rotina do seu dia a dia, a falta de satisfação no seu trabalho, as drogas, os diversos problemas sociais da sua filha, o relacionamento desta com o problemático rapaz da porta ao lado, a homossexualidade escondida de um dos seus vizinhos, entre outras situações.
“American Beauty” é uma magnífica e envolvente obra-prima de Sam Mendes que se revelou um autêntico génio, conseguindo construir na perfeição uma história sarcástica e irónica sobre um tema pouco badalado mas extremamente interessante. O filme não passou ao lado da crítica mundial que o elogiou bastante. "American Beauty" foi inclusivamente distinguida com cinco Óscares da Academia, incluindo o de Melhor Filme, um prémio que surpreendeu porque apesar de tudo o filme é controverso, fugindo um pouco dos parâmetros morais que a Academia vinha a estabelecer para os seus vencedores. Através da progressiva transformação moral da personagem principal, o filme questiona os pilares morais do modo de vida americano, demonstrando a superficialidade do “American Dream”. As personagens secundárias contribuem com alguns dos assuntos tabus da sociedade não só americana como também ocidental, como por exemplo, a exclusão social, as drogas, a homossexualidade e os relacionamentos impróprios. Tudo foi muito bem montado pelo realizador Sam Mendes e arquitectado pelo guionista Alan Ball, ambos efectuaram um trabalho bastante interessante de um ponto de vista moral e que mostrou algumas fragilidades de um classe que aparentemente se mostra como exemplo a seguir. A totalidade das peças que no fim constroem a história do filme tiveram uma inspiração na vida real o que demonstra que todas as situações apresentadas têm algum fundo de verdade. Não é preciso ir ao E.U.A para termos exemplos disso, basta olharmos para o nosso próprio país.
Sam Mendes teve com “American Beauty” o seu primeiro trabalho como realizador porque até então só tinha feito trabalhos para o teatro. A sua experiência nessa área acaba por vir ao de cima na forma como constrói o filme, utilizando bases teatrais para desenvolver da melhor forma a história do filme. As cenas interligam-se muito bem, encadeando de uma maneira simples mas eficaz as múltiplas problemáticas da complexa história. Cada cena revela um bocado das personagens e os problemas que as atormentam, cada cena é uma pequena lição, uma ironia, uma mensagem. O guião, como já dei a entender, é bastante interessante. A realização de Sam Mendes é muito boa mas a capacidade imaginativa de Allan Ball não fica nada atrás. Allan pegou em várias mini-histórias de vida para criar uma história trágica, dramática e com traços de comédia sobre a sociedade ocidental, mais concretamente a americana. Ele criou uma magnífica sátira sobre uma sociedade que procura sempre salvar os outros esquecendo por vezes de se salvar a si própria, uma história sobre como o exterior pode ser completamente contrário ao interior. O elenco tem vários actores secundários de grande qualidade que dão um excelente contributo ao filme, cumprindo na perfeição as várias especificidades das suas personagens. Mas o principal destaque vai para o magistral Kevin Spacey, merecidamente distinguido com o Óscar de Melhor Actor Principal pelo seu excelente papel. A sua personagem é o epicentro do filme porque a história começa, desenvolve-se e acaba com ele e como tal coube a Spacey o trabalho mais difícil e graças ao seu profissionalismo e talento natural, lidou muito bem com o protagonismo, tendo ajudado a construir uma personagem principal forte, caricata e inesquecível, oferecendo também uma perfeita imagem de um homem de meia idade de classe média a viver uma crise de existência. Uma fotografia de grande qualidade que foi distinguida com um Óscar e uma banda sonora que combina muito bem com o espírito do filme, juntam-se a outros aspectos mais secundários que ajudaram a fazer do filme uma obra-prima. “American Beauty” é um filme que se mantêm actual apesar de se já terem passado alguns anos desde a sua estreia. Oferece uma história inovadora que pautou o caminho para obras do género, como foi o caso de “Crash”. Alguns acham que o filme foi sobrevalorizado pela crítica mundial mas pelo que o filme ofereceu à sociedade merece, na minha opinião, o sucesso que teve.
Classificação - 5 Estrelas Em 5
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