Realizado por Paul Thomas Anderson
Com Daniel Day-Lewis, Paul Dano, Kevin J. O'Connor, Ciarán Hinds, Russell Harvard, Mary Elizabeth Barrett
Upton Sinclair (1878 – 1968) foi um versátil e aclamado autor norte-americano, conhecido pelos seus ideais socialistas e anarquistas, escreveu mais de noventa obras, entra as quais o Best-Seller “Oil” de 1927 que oitenta anos mais tarde serviria de inspiração para um dos melhores filmes do ano, “There Will Be Bllod”. O filme retrata os valores primordiais dos Estados Unidos da América, valores esses que contribuíram para estabelecer os ideais e princípios actuais da maior potência mundial. Um guia sintetizado dos fundamentos básicos, normas comuns, usos e costumes de um povo que recentemente tinha adquirido a sua independência e que procurava afirmar-se no mundo de então, mesmo que para isso se recorresse a tácticas desleais. O povo norte-americano vê-se representado por Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) que começa por ser um mineiro que explora uma mina de prata, trabalhador e bastante independente. Daniel aparece-nos inicialmente como uma personagem que prefere estar sozinho e comandar a sua vida sem interferências, no entanto, a sorte sorri-lhe e descobre um poço de “Ouro Negro”. A sua vida mudou radicalmente porque de um simples mineiro passou a ser uma das pessoas mais ricas e influentes do novo Estado Norte-Americano, vivendo o primórdio do sonho americano. Para chegar onde chegou teve que cometer actos considerados impróprios e imorais, explorou e corrompeu todo o tipo de pessoas de modo a fortalecer o seu património pessoal e enriquecer ainda mais. Passou a ser uma pessoa que se apoia no trabalho árduo de terceiros e que vive sob os princípios de ambição e riqueza, sob o ideal da lei do mais forte. Convicto apoiante de uma ideologia pré-capitalista, Plainview tenta passar ao seu primogénito, H.W. Plainview (Dillon Freasier), a arte do negócio mas este começa a apoiar ideias opostas ao do seu pai, começando a apoiar o crescente movimento socialista europeu e os seus ideais de igualdade. Este choque de valores antagónicos provoca uma fragmentação da poderosa família, algo que leva a uma guerra interna de valores e ideias. O filme irá focar-se em vários aspectos fundamentais como a família, a religião, a politica e a economia, tentando oferece uma visão ampla e rica de como funcionavam as coisas naquela época e os ideias pelos quais os americanos se regiam.
Fora dos parâmetros tradicionais da sétima arte, o filme foca-se na tomada de decisões do individuo, explorando através do seu ponto de vista cultural e ideológico a forma como essas atitides sociais afectam o seu dia-a-dia, não só a nível profissional mas também a nível pessoal, analisando a história natural de um homem numa determinada época e os ideias que nascem com ele e que o acompanham durante a vida. À medida que o filme se desenvolve somos brindados com excelentes retratos das duas ideologias patentes no história, as suas características e bases, uma autêntica lição de história, valiosa até mesmo para entender o estado da nossa sociedade actual. Paul Thomas Anderson é um dos jovens realizadores de Hollywood a ter em conta mas apesar da tenra idade já realizou obras de grande calibre como "Magnólia" e "Boogie Nights" mas nenhuma delas se compara a "There Will Be Blood". Anderson teve uma parte muito activa neste filme porque para além de ser o realizador, foi também o produtor e o escritor principal do argumento. O cineasta investui muito tempo e dinheiro nesta autêntica obra-prima, algo que na minha opinião foi um investimento seguríssimo porque o filme apresenta uma qualidade e inovação tremendamente surpreendente. Reconhecido e aclamado pela crítica, "There Will Be Blood" já conquistou vários prémios e inúmeras nomeações, incluindo 8 para os Óscares da Academia. O elenco é sempre considerado a espinha dorsal de uma produção cinematográfica porque se um filme não tiver um bom elenco, por muito boa que seja a história ou a realização, o filme não terá sucesso. Esse não é o caso de "There Will Be Blood" que nos apresenta um elenco competente e talentoso mas ofuscado pela estrela que é Daniel Day-Lewis, um actor que tem feito grandes papeis, superando-se a si mesmo a cada filme que faz mas com este arrisco-me a dizer que atingiu a perfeição, uma representação simplesmente limpa e brilhante, sem falhas e sem razões de queixa. É a alma do filme e faz um trabalho perfeito ao representar não só um homem mas um ideal de sociedade. Até na banda sonora o filme é perfeito, Jonny Greenwood, a mente criativa que notabilizou os Radiohead, é responsável por uma prodigiosa composição musical que combina o clássico com um toque de modernidade simplesmente brilhante e perfeita, melhor seria impossível, infelizmente foi ignorada pela academia. Vários factores contribuiram para a excelência deste filme, uma realização transparente e reveladora, um argumento fantástico, uma representação do elenco ao mais alto nível e um conjunto de pormenores deliciosos e bem enquadrados fazem deste "There Will Be Blood" um sucesso cinematográfico.
Com Daniel Day-Lewis, Paul Dano, Kevin J. O'Connor, Ciarán Hinds, Russell Harvard, Mary Elizabeth Barrett
Upton Sinclair (1878 – 1968) foi um versátil e aclamado autor norte-americano, conhecido pelos seus ideais socialistas e anarquistas, escreveu mais de noventa obras, entra as quais o Best-Seller “Oil” de 1927 que oitenta anos mais tarde serviria de inspiração para um dos melhores filmes do ano, “There Will Be Bllod”. O filme retrata os valores primordiais dos Estados Unidos da América, valores esses que contribuíram para estabelecer os ideais e princípios actuais da maior potência mundial. Um guia sintetizado dos fundamentos básicos, normas comuns, usos e costumes de um povo que recentemente tinha adquirido a sua independência e que procurava afirmar-se no mundo de então, mesmo que para isso se recorresse a tácticas desleais. O povo norte-americano vê-se representado por Daniel Plainview (Daniel Day-Lewis) que começa por ser um mineiro que explora uma mina de prata, trabalhador e bastante independente. Daniel aparece-nos inicialmente como uma personagem que prefere estar sozinho e comandar a sua vida sem interferências, no entanto, a sorte sorri-lhe e descobre um poço de “Ouro Negro”. A sua vida mudou radicalmente porque de um simples mineiro passou a ser uma das pessoas mais ricas e influentes do novo Estado Norte-Americano, vivendo o primórdio do sonho americano. Para chegar onde chegou teve que cometer actos considerados impróprios e imorais, explorou e corrompeu todo o tipo de pessoas de modo a fortalecer o seu património pessoal e enriquecer ainda mais. Passou a ser uma pessoa que se apoia no trabalho árduo de terceiros e que vive sob os princípios de ambição e riqueza, sob o ideal da lei do mais forte. Convicto apoiante de uma ideologia pré-capitalista, Plainview tenta passar ao seu primogénito, H.W. Plainview (Dillon Freasier), a arte do negócio mas este começa a apoiar ideias opostas ao do seu pai, começando a apoiar o crescente movimento socialista europeu e os seus ideais de igualdade. Este choque de valores antagónicos provoca uma fragmentação da poderosa família, algo que leva a uma guerra interna de valores e ideias. O filme irá focar-se em vários aspectos fundamentais como a família, a religião, a politica e a economia, tentando oferece uma visão ampla e rica de como funcionavam as coisas naquela época e os ideias pelos quais os americanos se regiam.
Fora dos parâmetros tradicionais da sétima arte, o filme foca-se na tomada de decisões do individuo, explorando através do seu ponto de vista cultural e ideológico a forma como essas atitides sociais afectam o seu dia-a-dia, não só a nível profissional mas também a nível pessoal, analisando a história natural de um homem numa determinada época e os ideias que nascem com ele e que o acompanham durante a vida. À medida que o filme se desenvolve somos brindados com excelentes retratos das duas ideologias patentes no história, as suas características e bases, uma autêntica lição de história, valiosa até mesmo para entender o estado da nossa sociedade actual. Paul Thomas Anderson é um dos jovens realizadores de Hollywood a ter em conta mas apesar da tenra idade já realizou obras de grande calibre como "Magnólia" e "Boogie Nights" mas nenhuma delas se compara a "There Will Be Blood". Anderson teve uma parte muito activa neste filme porque para além de ser o realizador, foi também o produtor e o escritor principal do argumento. O cineasta investui muito tempo e dinheiro nesta autêntica obra-prima, algo que na minha opinião foi um investimento seguríssimo porque o filme apresenta uma qualidade e inovação tremendamente surpreendente. Reconhecido e aclamado pela crítica, "There Will Be Blood" já conquistou vários prémios e inúmeras nomeações, incluindo 8 para os Óscares da Academia. O elenco é sempre considerado a espinha dorsal de uma produção cinematográfica porque se um filme não tiver um bom elenco, por muito boa que seja a história ou a realização, o filme não terá sucesso. Esse não é o caso de "There Will Be Blood" que nos apresenta um elenco competente e talentoso mas ofuscado pela estrela que é Daniel Day-Lewis, um actor que tem feito grandes papeis, superando-se a si mesmo a cada filme que faz mas com este arrisco-me a dizer que atingiu a perfeição, uma representação simplesmente limpa e brilhante, sem falhas e sem razões de queixa. É a alma do filme e faz um trabalho perfeito ao representar não só um homem mas um ideal de sociedade. Até na banda sonora o filme é perfeito, Jonny Greenwood, a mente criativa que notabilizou os Radiohead, é responsável por uma prodigiosa composição musical que combina o clássico com um toque de modernidade simplesmente brilhante e perfeita, melhor seria impossível, infelizmente foi ignorada pela academia. Vários factores contribuiram para a excelência deste filme, uma realização transparente e reveladora, um argumento fantástico, uma representação do elenco ao mais alto nível e um conjunto de pormenores deliciosos e bem enquadrados fazem deste "There Will Be Blood" um sucesso cinematográfico.
Classificação - 5 Estrelas Em 5
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