segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Crítica - Borat (2006)

Realizado por Larry Charles
Com Sasha Baron Cohen

O sucesso comercial que “Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan” conquistou num país como os Estados Unidos da América é deveras impressionante até porque estamos perante uma obra que é politicamente incorrecta da primeira até à última cena. O filme é um"mockumentário", um documentário falso e cómico que trata com pesada ironia alguns temas delicados da sociedade moderna como o racismo, o anti-semitismo e o nacionalismo exacerbado dos norte-americanos. O seu sucesso reflectiu-se nas bilheteiras, assim sendo, este filme que custou cerca de 18 milhões de dólares acabou por render mais de 120 milhões só nos cinemas norte-americanos. A crítica especializada também se mostrou bastante receptiva ao filme já que o seu protagonista, Sacha Baron Cohen, venceu o Globo de Ouro de Melhor Actor na categoria de Comédia. Será que o mercado norte-americano está mais aberto a piadas explicitamente infames?


O "mockumentário" é conduzido por Borat Sagdiyev (Cohen), um dos melhores repórteres do Cazaquistão que nas primeiras sequências desta produção apresenta ao espectador a vila onde mora, uma apresentação verdadeiramente hilariante onde Borat mostra ao público que não tem problema em praticar comportamentos socialmente repovoáveis como o incesto. O jornalista é recrutado pelo governo cazaque para produzir um documentário sobre os Estados Unidos da América com o objectivo de aprender mais sobre a cultura da "Nação Mais Gloriosa do Mundo" para que assim possa melhorar a situação cultural e económica do povo cazaque. Ao desembarcar em território norte-americano, Borat espalha de imediato o terror entre os norte-americanos ao colocar várias pessoas em situações embaraçosas e polémicas. Por meio da inocência da sua carismática personagem, Cohen encontra uma forma de fazer um humor escancarado, muitas vezes constrangedor, que faz o público pensar nos seus próprios preconceitos. É preciso admitir que algumas cenas são dispensáveis, funcionando somente para provocar o choque e o desconforto no espectador, mesmo assim, o filme é uma comédia única e inteligente porque usa o humor cínico para criticar não somente a sociedade norte-americana mas também as relações inter-raciais como um todo.


Sacha Baron Cohen pode ser alvo de várias críticas de diversos sectores mediáticos mas a verdade é que ele teve a coragem de criar um personagem ignorante que encarnar os preconceitos infundados da sociedade. A melhor coisa em “Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan”é mesmo a actuação do comediante inglês porque ele consegue incutir à sua personagem um sotaque hilariante, isto sem contar com a sua visão inocente e algo bizarra do mundo. Os seus preconceitos são tão absurdos que não se podem levar a sério e não será essa a ideia? “Borat: Cultural Learnings of America for Make Benefit Glorious Nation of Kazakhstan” é uma comédia hilariante que certamente irá proporcionar aos espectador um bom momento de entretenimento.

Classificação - 3,5 Estrelas Em 5

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