quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Crítica - Marie Antoinette (2006)

Realizado por Sofia Coppola
Com Kirsten Dunst, Jason Schwartzman, Rose Byrne

Sofia Coppola é uma talentosa cineasta que muito recentemente nos apresentou algumas maravilhas cinematográficas como ”The Virgin Suicides” (1999) ou “Lost in Translation” (2003). O seu mais recente trabalho, "Marie Antoinette", não é tão fantástico como essas virtuosas obras mas é claramente um filme histórico e dramático de grande qualidade que nos conta a vibrante e emocionante história de Marie Antoinette, uma Rainha que subiu ao trono de França muito antes de estar preparada para os meandros políticos e que acabou por ser ridicularizada e criticada pelo povo francês que se vingou desta frívola governante durante a Revolução Francesa. Sofia Coppola utilizou toda a sua sensibilidade e todos os seus conhecimentos sobre a mentalidade feminina para conseguir captar a verdadeira essência de Marie Antoinette, assim sendo, esta obra não retrata a Rainha como uma figura de autoridade e de soberania mas sim como uma verdadeira mulher com um lado humano e realista que não teve uma vida fácil e que acabou por ser alvo de várias criticas infundadas e exageradas.


A fotografia de ” Marie Antoinette” é excelente e inovadora mas a sua banda sonora é, muito provavelmente, o seu elemento mais extravagante porque não nos apresenta as típicas sonoridades clássicas da época, muito pelo contrário, somos constantemente brindados com músicas bem modernas que retratam na perfeição a juvenilidade e a ingenuidade de Marie Antoinette. O vestuário e os elementos cénicos também são fiéis à época, assim sendo, os erros históricos são raros e quase inexistentes até porque esta obra foi integralmente filmada no Palácio de Versalhes. É também muito oportunista o destaque dado ao brilho de Versalhes e do resto da corte francesa que contraste maravilhosamente com a tristeza interior da Rainha e exterior do povo francês, Sofia Coppola faz questão de mostrar isso mesmo, preferindo realçar as expressões faciais em detrimento de diálogos entediantes. Kirsten Dunst volta a trabalhar com Coppola depois da sua fantástica colaboração em “The Virgens Suicidas”. É certo que Kristen Dunst está mais madura mas continua ingénua o suficiente para interpretar este papel com realismo e qualidade. Kirsten está realmente bem e dá conta do recado sem decepcionar, mostrando um carisma e uma beleza muito semelhantes aos da icónica Rainha. O restante elenco está muito bem como um todo e entre as performances secundárias de maior qualidade encontramos as de Jason Schwartzman como o apático Luís XVI e de Asia Argento como a polémica Madame Du Barry. Eu gostei de "Marie Antoinette" mas não o adorei. Posso dizer que é um bom filme e que presta bastante atenção aos detalhes e à história sem nunca esquecer o lado humano das personagens. O filme não tem diálogos aborrecidos e tem cenas bastante emotivas (a da vénia da rainha em pleno Versalhes a uma multidão enfurecida está muito bem concebida). Parabéns a Sofia Coppola por mais um grande filme e a Kristen Dunst que mostra que se sai muito melhor em filmes mais sérios e realistas.

Classificação - 4 Estrelas Em 5

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