quinta-feira, 12 de abril de 2012

Crítica - American Reunion (2012)

Realizado por Hayden Schlossberg e Jon Hurwitz
Com Alyson Hannigan, Seann William Scott, Tara Reid

O intemporal “American Pie” (1999) deu início a uma bem-sucedida saga humorística que, entre sequelas repetitivas e spin-offs sem qualidade, conseguiu obter um surpreendente estatuto de culto junto dos mais jovem. A sua nova entrega, “American Reunion”, mantém a mesma base humorística dos seus antecessores e não acrescenta nada de novo ao franchise, mas oferece uma agradável sensação de conforto e nostalgia a todos aqueles que gostam verdadeiramente de “American Pie” e que deliraram com os seus três primeiros filmes. Em “American Reunion” voltamos a encontrar Jim (Jason Biggs), Oz (Chris Klein), Kevin (Thomas Ian Nicholas), Finch (Eddie Kaye Thomas) e Stifler (Seann William Scott) que, durante um longo fim-de-semana, vão descobrir o que mudou, o que não mudou e que o tempo e a distância não quebra os laços da amizade. Foi no Verão de 1999 que estes rapazes provincianos decidiram perder a sua virgindade durante o baile de finalistas, mas muita coisa mudou desde esses tempos de grande simplicidade. Nos anos que passaram, Jim e Michelle (Alyson Hannigan) casaram-se e tiveram um filho, enquanto que Kevin e Vicky (Tara Reid) separaram-se de vez. Oz e Heather seguiram caminhos diferentes e encontraram novos amores, mas Finch continua a suspirar pela sua musa. Já Stifler continua solteiro e imaturo. Agora, estes amigos de longa data voltam a casa adultos para recordar e recuperar um pouco da sua juventude.


Tal como “American Pie 2” (2001) e “American Wedding” (2003), “American Reunion” não se distância muito da estrutura de “American Pie” (1999) e volta a utilizar o sexo, a nudez e a imundice para encher as suas repetitivas e constrangedoras sequências cómicas que não devem nada à inteligência e à imaginação. As cinco personagens centrais - Jim (Jason Biggs), Oz (Chris Klein), Kevin (Thomas Ian Nicholas), Finch (Eddie Kaye Thomas) e Stifler (Seann William Scott) – regressam a casa com as suas respetivas vidas cheias de responsabilidades familiares e/ ou laborais mas a verdade é que nenhuma delas denota uma clara evolução intelectual, porque continuam tão imaturas como nos primeiros filmes onde eram jovem adultos sem grandes preocupações financeiras ou sociais. É claro que era de esperar que Stifler continuasse imaturo e tarado, mas os seus quatro amigos não mudaram nada e esta ausência de crescimento acaba por ir contra a essência desta entrega que supostamente deveria abordar a forma como as agora adultas personagens de “American Pie” lidam com as boas e más recordações do seu passado. A história de “American Reunion” raramente recupera os momentos marcantes dos filmes anteriores e nunca força os seus intervenientes a compararem a atualidade com a sua adolescência, nem nunca nos diz/ mostra como é que estas personagens vivem e o que lhes aconteceu desde “American Wedding”, ou seja, nunca descobrimos como é que Jim está a lidar com as suas responsabilidades parentais ou como é que Finch se tornou numa pessoa sem carreira e Oz numa celebridade nacional. A triste realidade é que estas e outras lamentáveis lacunas aliadas à  evidente falta de ambição e inovação dos seus criadores arruinaram este quarto filme da saga original que tinha potencial e capacidade para renovar o estilo da franquia mas que, à semelhança dos seus três antecessores, conferiu um protagonismo excessivo ao sexo e não explorou com o devido cuidado e atenção a evolução social e mental das suas personagens. A leviandade do seu enredo e dos seus momentos cómicos está em consonância com o mediano trabalho dos vários actores que formam o seu elenco, que infelizmente não evidenciam nenhuma evolução desde os primeiros filmes da saga, continuando por isso na mesma onda de futilidade e mediocridade que curiosamente também caracteriza as suas personagens. Em suma, “American Reunion” é um “must see” para todos os fãs da saga, mas para os que não gostam ou nunca ouviram falar de “American Pie” é uma experiência algo entediante e imatura. 

Classificação – 2 Estrelas Em 5

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