sábado, 3 de dezembro de 2011

Crítica – Puss in Boots (2011)

Realizado por Chris Miller
Com Antonio Banderas, Salma Hayek, Zach Galifianakis

A DreamWorks Animation encontrou na “Shrek Saga”, uma verdadeira mina de ouro que lhe rendeu vários milhões de dólares em receitas e algumas vitórias relevantes sobres os filmes da Pixar/ Disney, no entanto, este indiscutível sucesso acabou por conduzir à exaustão criativa das aventuras deste herói esverdeado que recebeu um final feliz e talvez definitivo com “Shrek Forever After” (2010). O desfecho das suas icónicas aventuras animadas foi, uma vez mais, um sucesso comercial e levou a DreamWorks a criar este “Puss in Boots”, uma spin-off/ prequela de “Shrek” que nos conta a hilariante fábula da primeira grande aventura do Gato das Botas, um famoso criminoso internacional que, antes de auxiliar Shrek e o Burro nas suas exuberantes cruzadas, tentou roubar, com a ajuda do astuto Humpty Dumpty e da ardilosa Kitty Patas Fofas, a valiosa Gansa dos Ovos de Ouro.


O Gato das Botas cativou as audiências internacionais com as suas divertidas cenas secundárias nos últimos “Shreks”, mas é neste “Puss in Boots” que mostra ao mundo o melhor dos seus adoráveis maneirismos e das suas cativantes falas. A sua breve mas divertida história mantém a essência e as melhores características da “Shrek Saga”, ou seja, somos mais uma vez confrontados com uma entusiasmante e emocionante aventura cheia de referências a clássicos literários (Gato das Botas, Humpty Dumpty, Jack & Jill, João Pé de Feijão e o Ganso dos Ovos de Ouro), onde encontramos dois ou três momentos musicais de excelência e várias referências morais sobre a redenção ou a amizade. A vertente humorística de “Puss in Boots” é excelente e, no meu entender, é muito mais refinada e adulta que a dos “Shreks”, oferecendo assim aos adultos um nível de entretenimento semelhante ao dos mais novos. Ao contrário da “Shrek Saga”, “Puss In Boots” não dá muito relevo ao romance, e é por isso que o relacionamento entre o Gato e Kitty nunca deixa de ser casual. A sua conclusão oferece-nos um clássico final feliz e um electrizante número musical, onde os vários intervenientes do filme dançam ao som de “Americano” de Lady Gaga.


A vertente visual de “Puss in Boots” também é soberba. Chris Miller e a DreamWorks Animation decidiram ambientar esta história numa terra distante que parece resultar de um cruzamento entre o Velho Oeste e o México, onde somos presenteados como uma série de deslumbrantes e encantadores cenários arenosos que combinam na perfeição com a essência latina do Gato das Botas. A construção visual das personagens também roça a excelência, mantendo desta forma o elevado nível técnico que marcou “Shrek” (2001) e as suas três continuações. O seu elenco vocal norte-americano é liderado por António Banderas, um actor que confere, uma vez mais, todo o seu charme e carisma ao Gato das Botas, tornando assim muito mais recomendável o visionamento da versão não dobrada desta obra. Salma Hayek também confere a sua chama latina a Kitty, mas é Zach Galafinakis que mais se destaca no elenco vocal secundário através do seu Humpty Dumpty, um ovo falante muito sonhador e rancoroso que se assume como uma interessante mistura entre vilão e herói de ocasião. É difícil de dizer se “Puss in Boots” vai ou não fazer mais dinheiro que os “Shreks” nas bilheteiras mundiais, mas não há dúvidas que esta obra é muito melhor que as três últimas aventuras do Ogre Verde, e que é um dos candidatos à nomeação final ao Óscar de Melhor Filme de Animação.

Classificação – 4 Estrelas Em 5

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