Com Chris Evans, Tommy Lee Jones, Hugo Weaving, Hayley Atwell
O Capitão América foi durante a 2ª Guerra Mundial e a Guerra Fria, um dos maiores ídolos fictícios dos norte-americanos, no entanto, este seu elevado e icónico estatuto foi-se esfumando com o passar dos anos e actualmente vários heróis da Marvel Comics como o Homem-Aranha ou os X-Men são mais populares que esta clássica personagem criada por Joe Simon e Jack Kirby em 1941. A Marvel Studios sabia disto mas, mesmo assim, arriscou e ofereceu a Capitão América um interessante filme individual que também prepara convenientemente aquele que se espera ser um dos maiores blockbusters da história – “The Avengers”. A história deste “Captain America: The First Avenger” centra-se em Steve Rogers (Chris Evans), um homem franzino que sonha em se alistar no exército norte-americano, no entanto a sua delicada forma física leva todos os seus médicos a recusarem a sua candidatura. Após uma série de tentativas falhadas, Rogers conhece Abraham Erskine (Stanley Tucci), um famoso cientista que o convence a se inscrever num programa governamental ultra-secreto que o transforma no Super Soldado conhecido como Capitão América, um verdadeiro herói norte-americano que se vai aliar a Howard Stark (Dominic Cooper) e a Peggy Carter (Hayley Atwell) para enfrentar a HYDRA, uma maléfica organização terrorista liderada pelo temível Caveira Vermelha (Hugo Weaving).
O seu enredo criado por Christopher Markus e Stephen McFeely, não é fantástico e tem vários momentos inúteis e monótonos mas oferece-nos, mesmo assim, uma aventura eficaz e emotiva sobre o nascimento e amadurecimento do icónico herói norte-americano mas também sobre o início da sua histórica rivalidade com o Nazi Red Skull/Johann Schmidt, isto tudo sem cair nos excessos patrióticos da banda desenhada, no entanto, somos ainda assim confrontados com uma ou outra cena onde Steve Rogers/ Capitão América assume a sua faceta de ícone nacional e símbolo do exército norte-americano através de números musicais deliciosamente ridículos ou discursos motivadores extremamente embaraçosos. Os maiores defeitos narrativos do filme residem na sua vertente romântica que é tão sofrível como as de “Thor” ou “Iron Man” mas também na ausência de conversas emotivas e sem clichés entre os vários intervenientes. Ao contrário do seu desenvolvimento cuja acção se desenrola durante a Segunda Guerra Mundial, tanto a introdução como a conclusão de “Captain America: The First Avenger” são ambientadas nos nossos dias e são utilizadas para contextualizar a inclusão do Capitão América nos Vingadores, no entanto, estas não são as únicas referências ao Universo Marvel porque durante o filme são feitas várias alusões às histórias de outros sucessos comerciais da Marvel Studios.
A realização deste blockbuster coube a Joe Johnston, um cineasta habituado a filmes desta dimensão que utilizou os seus vastos conhecimentos técnicos para criar várias sequências de acção verdadeiramente explosivas onde abundam os tiroteios e as detonações desenfreadas que acabam por retirar relevância às lutas individuais do Capitão América. A nível técnico, tenho também que destacar as belas sonoridades criadas por Alan Silvestri e a soberba fotografia de Shelly Johnson que conferiu um interessante tom retro e sombrio ao filme e seus cenários. O seu elenco conta com várias performances secundárias satisfatórias de vários actores de renome internacional como Tommy Lee Jones ou Stanley Tucci mas é o incrível Hugo Weaving que mais se destaca como o vilanesco Red Skull. Chris Evans também não está mal como Steve Rogers mas acredito que um actor mais talentoso e humilde teria feito um trabalho muito melhor, no entanto, mesmo não tendo um excelente actor como cabeça de cartaz, “Captain America: The First Avenger” não deixa de ser um excelente filme comercial.
Classificação - 4 Estrelas Em 5
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