sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Crítica - The Green Hornet (2011)


Realizado por Michel Gondry
Com Seth Rogen, Jay Chou, Cameron Diaz, Tom Wilkinson, Christoph Waltz

O The Green Hornet é um clássico e um verdadeiro tesouro norte-americano. O herói foi criado por George W. Trendle e Fran Striker em 1936 e fez a sua estreia mediática na Rádio WXYZ ao lado de clássicos como “The Lone Ranger” e “Challenge of the Yukon”. O sucesso de “The Green Hornet” levou à criação de uma banda desenhada e de uma série de movie serials que também tiveram um certo sucesso comercial, sucesso esse que levou a NBC a criar uma medíocre série televisiva que foi um enorme fracasso e que apenas serviu para apresentar ao mundo o icónico Bruce Lee. O famoso herói não teve um melhor tratamento com este “The Green Hornet”, um filme mediano que não tem muitos momentos divertidos ou interessantes e que, em última análise, é tão fútil e vazio como a série televisiva. Britt Reid (Seth Rogen) é o filho e único herdeiro de James Reid (Tom Wilkinson), um famoso empresário que morre misteriosamente, deixando o vasto império que construiu nas mãos de Britt que não sabe o que fazer com tanto poder porque até então tinha levado uma vida boémia e descontraída. Inesperadamente, Reid trava amizade com Kato (Jay Chou), um inventivo e leal subordinado do seu pai com quem forma uma audaz equipa de combate ao crime e é assim que Britt se transforma em Green Hornet e Kato no seu assistente. À medida que vão travando os planos malévolos de vários criminosos, Britt e Kato chegam à conclusão que a única forma de diminuir de vez o crime é ir atrás de Benjamin Chudnofsky (Christoph Waltz), um poderoso mafioso que controla o mundo do crime em Los Angeles, no entanto, Chudnofsky não será uma presa fácil e fará de tudo para eliminar Hornet.


O enredo de “The Green Hornet” manteve a essência do clássico criado por Trendle e Striker nos anos trinta, muito embora tenha reinventado várias personagens como Britt Reid que passa de um famoso cronista para um playboy desleixado. O facto de o enredo ser relativamente fiel ao clássico radiofónico não que dizer que estamos perante uma história interessante e bem construída, muito pelo contrário, “The Green Hornet” apresenta várias falhas e muito poucas cenas que nos cativam com a sua espectacularidade visual ou narrativa. A sua trama também é constituída por uma vertente romântica e por uma vertente humorística extremamente fracas que pouco acrescentam ao filme e que apenas servem para aumentar a futilidade da sua história, uma ideia que fica claramente vincada pelo ridículo trio amoroso que se estabelece entre Britt, Kato e Lenore Case (Cameron Diaz). Michel Gondry construiu portanto um filme fraco com um enredo fraco e mal estruturado que em nenhum momento nos faz interessar por Britt Reid e pela sua luta contra o mal, luta essa que está cheia de clichés hollywoodianos.


A vertente técnica e visual de “The Green Hornet” é substancialmente melhor que a sua vertente narrativa mas, mesmo assim, não é suficientemente forte para salvar o filme da mediocridade até porque são poucas as cenas que nos surpreendem com a sua qualidade visual. O filme é rico em cenas de luta que até são razoáveis e bem estruturadas, no entanto, não têm o mesmo impacto físico ou dramático que cenas idênticas têm em filmes semelhantes mas muito mais sérios como “The Dark Knight” ou “ Iron Man”, um mal que também afecta outros elementos técnicos desta obra. O seu elenco é constituído por vários actores famosos, no entanto, nenhum deles nos oferece uma performance minimamente razoável. Seth Rogen não convence como The Green Hornet e Jay Chou também não nos oferece um trabalho melhor como Kato. Cameron Diaz e Tom Wilkinson também não acrescentam muita qualidade ao elenco secundário mas o seu pior elemento é claramente Christoph Waltz, um actor que muito recentemente venceu o Óscar da Academia e que claramente não deveria ter entrado num filme tão fraco como este.

Classificação – 2 Estrelas Em 5

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