sábado, 22 de janeiro de 2011

Crítica - Dragonball Evolution (2009)

Realizado por James Wong
Com Emmy Rossum, James Marsters, Jamie Chung, Justin Chatwin

O escritor/ilustrador Akira Toriyama criou em 1984 uma pequena história sobre um pequeno rapazinho chamado Goku que parte numa enorme aventura para tentar encontrar as Sete Bolas do Dragão que conferem ao seu possuidor a possibilidade de concretizar o seu maior sonho. A história foi publicada pela Weekly Shōnen Jump sob o título de “Dragonball” e posteriormente foi transformada num anime pela Toei Animation, anime esse que foi exibido em vários países e que acabou por transformar “Dragonball” num dos melhores e mais famosos desenhos animados asiáticos do último século. A 20th Century Fox adquiriu em 2001 os direitos sobre “Dragonball” e decidiu adaptar a sua história ao cinema através de um filme em live-action, uma decisão que deixou milhões de fãs em êxtase, no entanto, este sentimento rapidamente se esfumou quando saíram os seus primeiros elementos promocionais que não deixavam antever um filme interessante mas sim um filme medíocre, um receio que acabou por se confirmar quando “Dragonball Evolution” finalmente estreou na Ásia e na América do Norte. É verdade que “Dragonball Evolution” utiliza o nome de “Dragonball” mas também é verdade que este filme não tem muito a ver com a famosa história criada por Akira Toriyama, assim sendo, os admiradores do verdadeiro “Dragonball” vão certamente ficar desiludidos com este fraquíssimo filme que tentou, sem sucesso, adaptar “Dragonball” a Hollywood mas que acabou por não se aproximar minimamente da qualidade do mítico mangá/anime.


A história de “Dragonball Evolution” é centrada em Goku (Justin Chatwin), um adolescente com incríveis poderes sobrenaturais, que parte em busca do Mestre Roshi (Yun-Fat Chow), um conceituado mestre de artes marciais, após o brutal homicídio do seu avô. Goku quer que o Mestre Roshi lhe ensine novas técnicas que lhe permitam derrotar Lord Piccolo (James Marsters), um malévolo extraterrestre que pretende obter as Sete Bolas do Dragão, um místico artefacto que confere ao seu possuidor a possibilidade de concretizar qualquer sonho. A luta entre Goku e Picollo será renhida mas Goku terá o valioso apoio de vários aliados como Chi-Chi (Jamie Chung), Yamcha (Joon Park) e Bulma (Emmy Rossum). O enredo desta obra não é muito fiel ao da história criada por Akira Toriyama, no entanto, nunca se poderia pedir a James Wong que nos contasse o “King Piccolo Arc” em apenas oitenta minutos quando no anime este é um dos arcos narrativos mais explorados da primeira série de “Dragonball” mas, ainda assim, era de esperar muito mais deste “Dragonball Evolution”, um filme medíocre que nos oferece uma narrativa extremamente sofrível que é pautada por inúmeros erros crassos e imperdoáveis que incluem o facto de Goku não precisar de ter uma cauda para se transformar num visualmente ridículo Oozaru (Gorila Gigante) ou o facto de Goku ser um estudante normal que só se preocupa com mulheres e com a sua estética, contrariando assim a fantástica personalidade do verdadeiro Goku, no entanto, o seu maior erro reside na não inclusão de icónicas personagens da primeira série como o Krillin ou o Imperador Pilaf. As próprias personagens que aparecem em “Dragonball Evolution” são verdadeiras caricaturas/sombras das personagens que aparecem no mangá/anime, assim sendo, somos confrontados com um Goku mais velho e muito menos carismático, uma Bulma mais madura e menos feminina, uma Chi-Chi mais astuta e menos sonhadora, um Yamcha inútil e demasiado bonzinho, um Mestre Roshi muito menos controverso e cómico e, acima de tudo, um Lord Piccolo absolutamente ridículo e nada temível.


O seu enredo também é muito confuso e enfadonho, dois defeitos que são claramente exponenciados pelo ritmo inconstante a que se desenvolve a narrativa. O seu inicio é portanto muito aborrecido porque perde muito tempo com elementos triviais que pouco acrescentam à história, tempo esse que poderia ter sido melhor utilizado no seu desenvolvimento ou na sua conclusão, duas partes que são abordadas à pressa e que deixam muitas perguntas sem respostas, assim sendo, nunca descobrimos porque é que o Lord Piccolo precisa das Sete Bolas para conquistar o mundo quando tem poder suficiente para o fazer sem o auxilio de Shen Long (Dragão Sagrado) ou de Oozaru. A narrativa de “Dragonball Evolution” é claramente mais fraca que a de “Dragonball”, no entanto, as suas lutas também são muito mais fracas. As lutas de “Dragonball” eram extremamente tácticas e cheias de sentimento mas as várias lutas que pautam “Dragonball Evolution” não têm qualquer espírito ou qualidade, são apenas lutas vazias com muitos efeitos visuais que são muito mal utilizados por James Wong, no entanto, tenho que admitir que o icónico Kamehameha até é habilmente ilustrado. O seu elenco também não nos oferece uma performance colectiva muito convincente, no entanto, Yun-Fat Chow até nos oferece um trabalho minimamente razoável como Mestre Roshi, algo que Justin Chatwin, James Marsters e Emmy Rossum não nos ofereceram com as suas respectivas personagens. Em suma, “Dragonball Evolution” é um péssimo filme que se assume como uma verdadeira afronta contra “Dragonball” e contra os seus leais fãs.

Classificação – 1 Estrela Em 5

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