sexta-feira, 5 de junho de 2009

Crítica - Terminator Salvation (2009)

Realizado por McG
Com: Christian Bale, Sam Worthington, Bryce Dallas Howard, Helena Bonham Carter

Há cerca de 3 décadas atrás surgiu da mente criativa de James Cameron um filme que depressa se tornou um fenómeno de culto mundial. Esse filme foi “The Terminator” e contava-nos a história de Kyle Reese, um soldado que tinha vindo do futuro para salvar Sarah Connor das mãos de uma implacável e determinada máquina exterminadora que tinha como objectivo eliminá-la, para que dessa forma não ocorresse o nascimento do seu filho John Connor – o futuro líder da Resistência contra as terríveis máquinas. O filme foi um sucesso e inevitavelmente surgiu a sequela – “Terminator 2: Judgement Day” – que de uma forma ainda mais madura e com mais qualidade que o original, nos contava como o Dia do Julgamento tinha sido evitado e o futuro sombrio modificado para sempre.
Assim deveria ter acabado a história do exterminador implacável. Mas infelizmente, nestas coisas o dinheiro fala mais alto e os estúdios decidiram reavivar o franchise com um 3º filme algo catastrófico em termos de qualidade cinematográfica, mas que pelo menos abria as portas para aquilo que todos os espectadores queriam ver: a guerra colossal entre humanos e máquinas. Este “Terminator Salvation” era então alvo de grandes expectativas, dada a ansiedade do público em verificar de que forma a épica guerra futurista iria ser retratada e também de que forma as novas tecnologias iriam contribuir para a espectacularidade dos efeitos especiais da película. Infelizmente devo dizer que as expectativas saíram defraudadas e “Terminator Salvation” desilude bastante.
Este é o primeiro filme da saga que aborda os acontecimentos em plena guerra de humanos contra máquinas. Num mundo apocalíptico reduzido a cinzas, John Connor (Bale) esforça-se para assumir o seu papel predestinado de líder da Resistência e levar os escassos sobreviventes humanos à vitória. A tarefa não é fácil, mas um dia a Resistência descobre uma forma de destruir as máquinas de uma vez por todas e John é encarregado de liderar um ataque final contra o núcleo da Skynet. Porém, tudo se complica quando John conhece Marcus (Worthington) – um cyborg (metade humano, metade máquina) – que altera por completo os conhecimentos de John em relação à Skynet e o deixa sempre na dúvida quanto à lealdade desta nova criação. Para além disso, fica a saber que Kyle – o seu futuro pai que terá de ser enviado ao passado para proteger a sua mãe – foi detido pelas máquinas e tem de ser resgatado a todo o custo…


Esperava-se que este filme mostrasse finalmente uma guerra aberta entre humanos e máquinas e desse uma espécie de conclusão à história. Mais uma vez, o dinheiro impera e a necessidade de deixar tudo em aberto para uma sequela faz com que nada disto aconteça e tenhamos mais um jogo do gato e do rato, com a habitual promessa no final de que a guerra ainda está para vir e de que nada está acabado. Para mim já chega. Já estou farto de ouvir este discurso.
“Terminator Salvation” peca acima de tudo por um argumento fraco e mal desenvolvido, que não aproveita o dramatismo da situação e não é capaz de construir personagens mais críveis, profundas e apaixonadas. Tudo se passa de forma algo previsível e a química entre os vários personagens simplesmente não existe. A personagem de Bryce Dallas Howard – a mulher de Connor – aparece num plano completamente secundário e mal aproveitado. Esta actriz merecia um papel mais extenso e importante na história. Quanto a Marcus, nota-se que os argumentistas quiseram trazer algo de novo para a história: um cyborg capaz de lutar contra as máquinas de frente e colocar Connor num constante estado de dúvida. Porém, esta personagem funciona em piloto automático e nunca é capaz de convencer o espectador.
Nota-se que a dinâmica do filme está pouco longe do nível de amador e talvez isso se deva ao facto de um projecto destes estar entregue a um realizador inexperiente como McG. Uma obra tão complexa e tão exigente merecia um outro olhar por parte de um realizador com mais crédito. Apesar de tudo aproveitam-se os efeitos especiais, que apesar de não serem propriamente inovadores, conseguem estar à altura das novas tecnologias. Mas isto é muito pouco para um filme que nunca é capaz de fazer com que o espectador sinta que está no meio de uma guerra nuclear calamitosa. A única coisa que o espectador sente é que as cenas vão passando apenas para passar tempo.
“Terminator Salvation” revela-se assim um filme algo decepcionante, mas que apesar de tudo consegue entreter o espectador com os seus efeitos especiais e acção constante (que é o mínimo que se pede a um filme desta natureza). Por mim, a menos que pensem em alterar drasticamente a fórmula, esta saga acabava já por aqui. Mas como todos sabemos, o mais provável é que eles digam todos “We’ll be back!” e daqui a uns anos nos presenteiem com mais uma decepção. Sem esquecer a promessa de que a verdadeira guerra ainda está para vir!

Classificação - 2,5 Estrelas Em 5

2º Crítica - AQUI

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