sexta-feira, 10 de abril de 2009

Crítica - Confessions of a Shopaholic (2009)

Realizado por P.J. Hogan
Com Isla Fisher, Hugh Dancy, Krysten Ritter

Um dos maiores problemas da nossa sociedade capitalista é o consumismo exacerbado de certos indivíduos que não têm possibilidades financeiras de cobrir os seus enormes gastos, essa séria e complicada problemática é retratada com alguma ambiguidade na série literária “Shopaholic”, um conjunto de livros que relatam com algum romance e humor à mistura, as aventuras duma viciada em compras. “Confessions of a Shopaholic” é a primeira adaptação cinematográfica desse produto literário que nos últimos tempos alcançou um enorme sucesso comercial junto do publico feminino. A história do filme centra-se em Becky Bloomwood (Isla Fisher), uma viciada em compras e louca por moda que sonha trabalhar numa revista da especialidade. No entanto, o seu descontrolado vício por compras, obriga-a a arranjar um emprego menos interessante para sustentar os seus vícios consumistas. Através duma grande ironia do destino, acaba por ir trabalhar para uma revista de economia que ataca todos os seus princípios financeiros e hábitos descontrolados.
Através de uma abordagem supérflua e comercial, “Confessions of a Shopaholic” nunca aborda concretamente o problema das dívidas e dos vícios comerciais, estes servem apenas como pano de fundo para uma típica história duma comédia romântica que junta um desenxabido romance a um humor irritante. Ao transformar situações potencialmente dramáticas e problemáticas numa simples brincadeira, “Confessions of a Shopaholic” assume-se como uma piada de muito mau gosto face à recessão mundial que enfrentamos. Esta obra transforma Becky numa vítima do capitalismo e quase que obriga os espectadores a sentirem alguma compaixão por esta invejosa e superficial personagem que gasta fortunas em roupa mas que foge dos credores que são retratados pelo filme, como os grandes vilões da história. Esta clara despenalização das consequências do consumismo exacerbado retira qualquer sentido e credibilidade a uma história que nunca pareceu muito interessada em retratar com pormenor e seriedade este assunto, preferindo focar-se inteiramente num romance básico e desleixado.
A banda sonora apresenta algumas sonoridades cativantes de grandes artistas populares da actualidade que certamente agradarão ao público mais jovem, no entanto, este factor técnico de alguma qualidade não basta para salvar esta obra. O seu elenco oferece-nos uma prestação bastante medíocre que foi irremediavelmente prejudicada pela fragilidade da construção das suas personagens. “Confessions of a Shopaholic” oferece-nos um entretenimento vazio e ridículo que transforma uma problemática bastante séria e actual numa verdadeira comédia de proporções patéticas.

Classificação - 1,5 Estrela Em 5

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