segunda-feira, 16 de março de 2009

Crítica - Quarantine (2008)

Realizado por John Erick Dowdle
Com Johnathon Schaech, Jennifer Carpenter, Columbus Short, Jay Hernandez

Em 2007, os cineastas espanhóis Jaume Balagueró e Paco Plaza lançaram em Espanha um filme de terror que viria a tornar-se num sucesso de popularidade na Europa. [REC] começou por dar nas vistas no famoso Festival de Veneza, onde obteve um amplo rol de críticas positivas que assegurou a sua distribuição comercial na Europa. Após uma estreia fenomenal em Espanha, o filme cruzou fronteiras e maravilhou audiências de vários países europeus que se renderam à criatividade e frescura desta obra terrorífica. Eventualmente, o sucesso de [REC] chegou aos “ouvidos” dos EUA e um dos seus estúdios cinematográficos minoritários decidiu comprar os direitos da obra original e produzir uma versão norte-americana que pudesse estrear livremente nas salas do país. O resultado dessa adaptação é agora exibido sob o nome de “Quarantine”, uma verdadeira sombra da sua fonte de inspiração espanhola que bate em espírito e intensidade esta cópia.
O argumento desta obra norte-americana é praticamente igual ao apresentado por [REC]. Até os nomes dos protagonistas permaneceram intactos e a única coisa que verdadeiramente foi alterada foi o espaço da acção que agora se localiza em Los Angeles (EUA). É nesta Cidade dos Anjos que somos apresentados à repórter de televisão Angela Vidal (Jennifer Carpenter) que juntamente com o seu Camera Man passa a noite num quartel de bombeiros com o intuito de gravar um documentário televisivo. A meio da noite, esse quartel recebe uma chamada de emergência que os faz seguir para um prédio nos subúrbios. No local, descobrem que uma das moradoras foi infectada por um vírus desconhecido. Os outros residentes também começam a sofrer ataques infecciosos e o pânico instala-se. Todos começam a fugir e as forças de protecção interditam o edifício, mesmo sabendo que ainda há pessoas lá dentro, incluído a equipa de filmagens que começa a gravar os estranhos acontecimentos que começam a despontar no interior do prédio.
Não encontrei grandes diferenças no desenvolvimento e organização da história de “Quarantine” em relação à de [REC], as duas são praticamente iguais em conteúdo e até o final, não sofreu qualquer alteração. A verdadeira diferença entre as duas obras está no seu espírito. Em [REC] somos imediatamente cercados por um ambiente de tensão e terror que nos acompanha até final mas em “Quarantine”, esse ambiente supostamente intrínseco da história é substituído por um clima frágil de suspense que não mexe tanto com o espectador. Admito que sou um bocado suspeita nesta avaliação porque estamos a falar de uma verdadeira cópia do filme original, portanto todos os acontecimentos deste filme já foram revelados por [REC] em 2007/2008 o que desde logo afecta o efeito surpresa da história, substituindo a tensão pela previsibilidade. Mas para evitar este factor bastante incomodo para quem já viu a obra espanhola, os estúdios responsáveis pelo remake, poderiam ter alterado ligeiramente algumas situações relevantes que poderiam ter dado à história um novo fulgor. Tendo em conta que [REC] nunca estreou oficialmente nos EUA, até compreendo a decisão do estúdio Screen Gems Pictures em transpor fielmente a história original da obra espanhola mas não compreendo a razão da sua estreia em Portugal e em outros países que exibiram [REC] porque não faz muito sentido exibir um filme exactamente idêntico a um outro que estreou há cerca de um ano.
A diferença mais visível entre as duas obras em questão reside no seu elenco. Em [REC] tínhamos um elenco inexperiente e quase amador que convenceu totalmente o público e vendeu na perfeição as suas emoções e sentimentos. Em “Quarantine” temos um elenco demasiado profissional e rígido que nunca entra no espírito terrorífico da história. Para resultar, o terror tem que ser sentido e devidamente expressado e este elenco falha miseravelmente nessa tarefa. Quem já viu [REC] não deverá ir ver “Quarantine”. As histórias são idênticas e o trabalho de câmara aposta no mesmo princípio de captação de imagem. A única diferença substancial entre estas duas obras, está no seu elenco que rende muito mais em [REC]. Quem nunca viu [REC] poderá optar por “Quarantine” mas se tiver oportunidade opte antes pela versão espanhola.

Classificação - 3 Estrelas Em 5

0 comentários :

Postar um comentário