domingo, 8 de março de 2009

Crítica - Bella (2006)

Realizado por Alejandro Gomez Monteverde
Com Eduardo Verástegui, Tammy Blanchard, Manny Perez

À primeira vista, “Bella” pode parecer uma simples e inofensiva história de amor e amizade entre duas personagens que foram mal tratadas pelo mundo mas após uma análise mais profunda, verificamos que “Bella” é um hino aos valores cristãos de vida e família porque encerra na sua história um profundo ataque ao aborto e ao sexo promíscuo. Esta co-produção Americana/Mexicana conquistou um importante prémio no Festival de Toronto e obteve um moderado sucesso junto da comunidade católica que adoptou este filme como um anúncio explícito da ideologia pró-vida, defendida pelo Vaticano. A sua história acompanha o drama pessoal de Nina (Tammy Blanchard), uma jovem solteira que engravidou acidentalmente e que agora pondera abortar porque não tem condições psicológicas e financeiras para criar a criança. A sua decisão parece irreversível mas certo dia conhece José (Eduardo Verastegui), uma ex-estrela de futebol que viu a sua promissora carreira ser interrompida por um injusto acidente que o condenou a um trabalho frustrante no restaurante do seu irmão em Nova York. É neste restaurante que os dois se conhecem e após um infeliz acaso que causa o despedimento de Nina, os dois começam uma amizade bastante colorida que irá iluminar as suas vidas e as suas decisões.
O argumento do filme é puramente cristão e tal facto nunca é dissimulado porque é notória a presença da filosofia da igreja nos vários elementos narrativos do filme. O clima de romance entre os protagonistas nunca entra num caminho obsceno e fortuito e os complexos temas sociais presentes, são sempre abordados de um ponto de vista ideológico e moralista. O aborto e o sexo descomprometido são fortemente atacados e são retratados como erros e causadores de grande angústia. A história do filme coloca a vida e a família como valores essências da Humanidade que em nenhum momento os pode negar, ora esta concepção idealista tem vários seguidores que certamente irão apreciar na totalidade esta obra. A história dramática/romântica é bastante simples mas fortemente tendenciosa. Na minha opinião, faltou a “Bella” uma maior dualidade de critérios na altura de abordar certos temas que não podem ser tratados com tamanha leviandade e unilateralidade, afinal de contas, a única verdade absoluta deste mundo é que não existem verdades absolutas.
O elenco é liderado pela estrela latina Eduardo Verástegui, um verdadeiro símbolo da representação sul-americana que tem aqui uma boa prestação. A sua colega Tammy Blanchard, também nos oferece uma performance bastante satisfatória. No campo técnico, tenho que destacar a bela fotografia que retrata sem grandes luxos, uma Nova York simples e comum. Os católicos e crentes na ideológica pró-vida não podem perder este “Bella” porque explicita ao máximo as ideias e crenças fundamentais da sua ideologia e da sua religião. Os espectadores que são apologistas do aborto e que não suportam filmes religiosos devem manter-se bem longe desta obra. Em suma, “Bella” é um filme categoricamente cristão que sem o elemento religioso seria uma simples e insossa história de amor.

Classificação - 2,5 Estrelas Em 5

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