quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Crítica - Coraline (2009)

Realizado por Henry Selick
Com Dakota Fanning, Teri Hatcher, Jennifer Saunders

A animação é na minha opinião, a melhor condução da imaginação. Através deste tipo de cinema, os diversos criativos da 7ª arte conseguem dar asas às suas ideias mais loucas que através duma amplitude de efeitos especiais/visuais, ganham vida em fantásticas obras cinematográficas que não apresentam limites à imaginação. A animação não tem que ser séria ou significativa mas deve ser sempre criativa e extravagante. Este “Coraline” exterioriza essa portentosa essência do cinema de animação, porque nos oferece uma bela história mágica que nos é contada através de magníficos efeitos visuais recheados de cor que sem serem sérios conseguem transmitir uma amplitude de ideias a qualquer faixa etária.
O argumento de “Coraline” é baseado no livro infanto-juvenil de Neil Gaiman e conta-nos a história de Coraline, uma jovem rapariga que atravessa uma porta secreta na sua nova casa, e descobre uma versão alternativa da sua vida. À primeira vista, esta realidade paralela é estranhamente parecida com a vida real, com a única diferença de ser muito melhor mas quando este maravilhoso conto se torna perigoso e a sua mãe contrafeita, tenta ficar com ela para sempre, Coraline dependerá da sua firme determinação, coragem e da ajuda de vizinhos e de um gato falante, para salvar os seus pais verdadeiros e algumas crianças fantasmas para que assim possa regressar a casa. Ora esta história transcendental, pode parecer um bocado infantil e na realidade o seu público-alvo são as crianças e os jovens adolescentes mas na minha opinião, as histórias animadas não escolhem idades e tanto podem agradar a uma criança de oito anos como a um idoso de 80. Esta animação de Henry Selick não foge a essa regra e também mostra potencialidades para agradar a um amplo espectro de idades, no entanto, a sua interpretação poderá mudar consoante a idade da pessoa. Os mais jovens verão neste filme uma obra de magia e fantasia que tem como mote o amor e a amizade, sempre aliadas a ideais de coragem e perseverança. Os mais velhos verão muito provavelmente, o lado mais adulto e subjectivo desta história e conseguirão perceber as mensagens subjectivas escondidas entre-linhas, como as sucessivas transformações na personalidade de Coraline e as latentes mensagens psicológicas, escondidas na caracterização do mundo paralelo ou nas acções das mais importantes personagens.
A história é inegavelmente interessante mas a verdadeira força deste filme reside no seu atractivo visual. Os bonecos e os fundos, fazem-nos lembrar os filmes animados de Tim Burton que foi o Produtor/Guionista da grande obra-prima de Henry Selick, o fantástico “The Nightmare Before Christmas”. A herança desse monstruoso filme marca presença neste “Coraline” que reutiliza alguma das técnicas especiais/visuais utilizadas nessa mítica obra de 1993. É claro que essas clássicas técnicas visuais foram melhoradas e aperfeiçoadas com as mais recentes tecnologias, nomeadamente com a semi-experiemental técnica 3D. Acredito que o visionamento neste formato poderá tornar o filme ainda mais atraente mas também sou da opinião que esta prometedora tecnologia, poderá melhorar ainda mais com o passar dos anos. Seja qual for a escolha do público (3D ou 2D), a experiência visual não será diminuída porque o que verdadeiramente importa é a simplicidade e majestosidade da animação que nos apresenta, uns belos gráficos preenchidos por uma bela palete de cores que combinam na perfeição com a história e com a personalidade das personagens. As animações de “Coraline” podem não ter o pormenor das obras da Pixar ou da Disney, mas têm uma qualidade igualmente forte porque apostam na essência da imaginação, a magia do pensamento.
É óbvio que “Coraline” não está ao nível de “WALL-E” ou “Kung-Fu Panda” mas sem ser um filme brilhante, consegue impulsionar a imaginação de qualquer espectador de qualquer idade através da sua agradável história e do seu fantástico visual.

Classificação - 3,5 Estrelas Em 5

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