quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Crítica - The Air I Breathe (2007)

Realizado por Jieho Lee
Com Kevin Bacon, Sarah Michelle Gellar, Andy Garcia, Brendan Fraser, Forest Whitaker

“The Air I Breathe” é um drama que à primeira vista pode parecer interessante, contudo o célebre elenco e a história potencialmente interessante, escondem um argumento mal elaborado e uma realização fraca e inexperiente que fazem do filme um autêntico flop dramático. A história do filme baseia-se num provérbio chinês que divide a vida em quatro emoções principais: Felicidade (Happiness), Desgosto (Sorrow), Prazer (Pleasure) e Amor (Love). A história central do filme, acompanha o explosivo romance entre Pleasure (Brendan Fraser), um gangster que consegue ver o futuro, e Sorrow (Sarah Michelle Gellar), uma bela estrela pop em ascensão, o fatídico drama do casal começa quando o contrato musical de Sorrow cai nas mãos de Fingers (Andy Garcia), um impiedoso barão do crime com aspirações a legitimar os seus negócios através da indústria do entretenimento e que fará de tudo para controlar as visões de Pleasure por intermédio do seu amor por Sorrow. Para além desta história, acompanhamos também a de Happiness (Forest Whitaker), um intratável banqueiro que anda a tentar escapar da morte lenta que é o seu trabalho quotidiano. Depois de perder todo o dinheiro que pedira emprestado num esquema de jogo chefiado por Fingers, Happiness encontra-se numa encruzilhada entre fugir ao seu destino ou confrontar os seus medos. Finalmente, temos a história de Love (Kevin Bacon), um médico que está apaixonado por Gina (Julie Delpy), a mulher do seu melhor amigo. Quando esta é mordida por uma cobra e fica com apenas 24 horas de vida a não ser que receba uma transfusão de sangue, Love lança-se numa desesperada corrida para encontrar o tipo de sangue de Gina que para seu azar é um dos mais raros, comum em apenas 2% da população.
Como já referi, o argumento do filme deriva de um provérbio chinês sobre as emoções humanas e as suas ligações ao destino, uma ideia interessante com potencialidade para originar uma história dramática profunda e bastante inteligente, contudo os guionistas do filme, Jieho Lee e Bob DeRosa, não souberam lidar com o potencial da ideia original e acabaram por elaborar um argumento repleto de falhas narrativas imperdoáveis, principalmente na construção das personagens e na ligação entre as histórias. Outro ponto negativo do argumento são os diálogos, estes são bastante descabidos e pobres, não havendo durante todo o filme um diálogo coerente e verdadeiramente interessante, já que todos eles roçam sobre trivialidades insignificantes que não elucidam o público sobre o verdadeiro sentido e objectivo do filme. Devido à má construção do argumento, “The Air I Breathe” torna-se num filme enfadonho e bastante fútil que fala de muita coisa mas que não explica nada, são muitas as filosofias e psicologias do argumento mas no final nenhuma delas faz muito sentido.
O inexperiente Jieho Lee assume-se como o grande responsável pelo terrível fracasso que é “The Air I Breathe” porque ele foi o principal responsável pelo fraco argumento e pela realização débil e pouco profunda que pauta o filme do princípio ao fim. Lee conseguiu pegar numa ideia com potencial e transformá-la num autêntico pesadelo cinematográfico repleto de falhas infantis pouco dignas de Hollywood. O elenco de luxo mostra-se também ele bastante longe do seu verdadeiro potencial, contudo acaba por ser a única coisa de positivo que o filme apresenta. Kevin Bacon acaba por ser o melhor do grupo, apresentando uma performance bastante balançada e repleta de dramatismo, uma actuação surpreendente para um actor que raramente se dá bem em papéis dramáticos. Sarah Michelle Gellar e Brendan Fraser apresentam uma performance pouco comercial mas ao mesmo nível medíocre que sempre nos habituaram. Já Forest Whitaker tem uma performance satisfatória mas bem longe do seu real valor. No fundo, todos os actores acabaram por ver o seu trabalho prejudicado e dificultado pelo péssimo argumento que se mostrou incapaz de construir devidamente as personagens.
A fotografia do filme é bastante básica e pouco apelativa, o mesmo se pode dizer da banda sonora que não parece conter nenhum tema verdadeiramente original. Se analisarmos bem encontramos demasiados pontos negativos em “The Air I Breathe”, um filme onde só o elenco se afasta da pobreza geral de uma obra que possivelmente poderia ter tido uma qualidade mais aceitável se Jieho Lee não tivesse feito parte do projecto.

Classificação - 1 Estrela Em 5

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