sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Crítica - Horton Hears a Who! (2008)

Realizado por Jimmy Hayward, Steve Martino
Vozes de Jim Carrey, Steve Carell, Carol Burnett, Seth Rogen, Isla Fisher

O falecido Dr.Seuss, um dos maiores cartoonistas americanos de todos os tempos, volta a ter um dos seus trabalhos adaptados ao grande ecrã, depois dos moderados sucessos de “The Cat in the Hat” e “How the Grinch Stole Christmas!”, é a vez de “Horton Hears a Who!”, outra obra icónica do cartoonistas, receber o seu lugar na 7ª arte. O filme é produzido pela Blue Sky Studios, o mesmo estúdio que nos trouxe a saga “Ice Age” e que decidiu investir em Horton de forma a recuperar algum terreno perdido para os maiores estúdios peritos em animação como a Pixar ou a Dreamworks.
O filme fala-nos de um elefante com muita imaginação chamado Horton que certo dia ouve um tímido pedido de ajuda vindo de um grãozinho de pó que flutua pelo ar. Horton suspeita que pode haver vida naquele pedacinho de pó e apesar da sua comunidade achar que ele perdeu o juízo, ele está determinado a salvar a pequena partícula. Afinal o grãozinho é na verdade um planeta minúsculo, onde há uma cidade chamada "Quem Vila" habitada por seres de tamanho microscópico conhecidos por os "Quem". Os "Quem" pedem a Horton (cujos habitantes o elefante não consegue ver, embora os consiga ouvir bastante bem, por causa da sua audição extraordinária) que os proteja do mal, ao qual Horton alegremente acede. Ao fazer isso ele é ridicularizado e maltratado pelos outros animais da selva, por acreditar em algo que eles não conseguem ver nem ouvir. Horton conta aos "Quem" que eles necessitam fazer-se ouvir aos outros animais. Para isso os "Quem" tem que garantir que cada um dos minúsculos membros da sua sociedade faz a sua parte para que isso aconteça.
O filme mantêm-se fiel ao espírito e sentido da obra literária de Dr Seuss, tanto no aspecto gráfico como moral. Em “Horton Hears a Who!” pretende-se passar uma mensagem algo diferente da apresentada nos típicos filmes de animação, em vez das típicas moralidades “O amor vence tudo” ou “ A esperança é a ultima a morrer”, este filme apoia uma mensagem de criticismo àqueles que se recusam a acreditar naquilo que não conseguem ver ou ouvir, no fundo o filme ataca o cepticismo e a falta de imaginação de grande parte da raça humana. Em termos gráficos, o filme também se mostra fiel à obra original de Dr.Seuss, respeitando as características físicas das personagens principais, sendo assim temos várias personagens coloridas e bastante animadas que vivem num ambiente de cor e alegria e que se misturam numa história algo absurda mas que consegue estimular a imaginação dos mais novos.
O argumento, apesar de ser bastante adequado para os mais novos torna-se bastante saturante e previsível para os mais velhos. No inicio, a história desenvolve-se a um bom ritmo, apresentando vários momentos de comédia que de certa forma conseguem quebrar a simplicidade da história, no entanto à medida que esta avança, o filme começa a perder a sua graça e o seu interesse acabando por apresentar um final seco e demasiado previsível. Os gráficos apresentam uma boa qualidade, contudo ficam bastante longe daqueles que são apresentados pelas obras da Pixar/Disney ou Dreamworks. A Blue Sky Studios conseguiu apresentar um filme com boas sequências animadas mas que não conseguem deixar de boca aberta o público mais velho e experiente. Quanto ao elenco, à que destacar Jim Carrey (Horton) e Steve Carell (Mayor da Quem Vila), dois dos maiores comediantes da actualidade que emprestam as suas vozes às principais personagens do filme, dando-lhes um pouco da sua magia pessoal.
“Horton Hears a Who!” é um razoável filme de animação que apresenta uma história razoável para os mais novos mas demasiado fraca e simples para os mais velhos, o que deixa esta obra da Blue Sky Studios um patamar abaixo das obras criadas pelos seus rivais.

Classificação - 3 Estrelas Em 5

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