sábado, 12 de julho de 2008

Crítica - Funny Games (2007)



O Melhor do Filme:
A frieza e crueldade dos dois jovens psicopatas.

O Pior do Filme:
A estrutura “teatral” do filme quebra um pouco o seu ritmo e pode desagradar a alguns espectadores.

Realizado por Michael Haneke
Com Naomi Watts, Tim Roth, Michael Pitt, Brady Corbet e Devon Gearhart

Aqui está um bom exemplo de um filme que eu nunca tinha ouvido falar, decidi ir ver porque pelo trailer me pareceu interessante, e acabou por ser uma boa surpresa. A premissa do filme é simples: uma família pacífica e harmoniosa decide passar uns dias tranquilos de férias na sua casa de campo; tudo parecia estar a decorrer como é habitual, até que dois estranhos rapazes aparecem em casa deles perguntando se lhes poderiam emprestar alguns ovos… A partir deste ponto uma série de peripécias bizarras começam a acontecer até que a família tem a confirmação de que algo de muito errado se passa com os jovens, quando estes se recusam a sair da casa e agridem um dos membros da família. De repente e sem saber muito bem como, eles apercebem-se de que se tornaram reféns na sua própria habitação, sendo obrigados a “jogar” uma série de jogos doentios para se manterem vivos.
“Funny Games” é um filme perturbador e arrojado, extremamente bem filmado e com interpretações fabulosas por parte de todos os actores (até o pequeno Devon Gearhart de 13 anos nos oferece uma interpretação segura, intensa e madura, que faz morrer de inveja qualquer actor das Crónicas de Nárnia ou dos Morangos com Açúcar…). É um filme que retira a sua força das interpretações dos actores dirigidos de uma forma exímia por Haneke. Naomi Watts e Tim Roth espelham na perfeição o desespero e o sofrimento de um casal que se vê impotente para dar a volta à situação em que estão inseridos; já Michael Pitt e Brady Corbet interpretam na perfeição o duo de jovens psicopatas que apenas querem fazer apostas e jogar pequenos jogos, primando sempre pela educação com que abordam as suas vítimas… Estes dois jovens actores têm interpretações de arrepiar o sangue, conseguindo ser ao mesmo tempo brilhantes, perturbadores, cruéis, cómicos, frios e muito, MUITO educados… A psicopatia já foi retratada no cinema de muitas formas, mas penso que nunca desta forma tão peculiar, pituresca e simplesmente estranha.



O filme apresenta uma estrutura “teatral”, ou seja, em grande parte do filme Haneke opta por filmar as cenas de um único ângulo e sem fazer um único corte. Isto quer dizer que a actuação dos actores torna-se muito mais teatral, filmando cenas bastante longas sem paragens para descansar ou repensar o texto. Isto torna o seu trabalho um pouco mais exigente, mas ao mesmo tempo favorece a improvisação e contribui para o realismo do próprio filme. Assim sendo, esta estrutura “teatral” apresentada pelo realizador acaba por ser um dos pontos fortes da película, mas ao mesmo tempo um dos pontos fracos, dado que por vezes as cenas tornam-se excessivamente longas, quebrando o ritmo do filme e desagradando a alguns espectadores. “Funny Games” é então um filme a descobrir por aqueles que não tenham receio de ver um pouco de sangue, ou de ficar um pouco perturbados com toda a “estranheza” da película e dos dois jovens psicopatas.

Classificação- 4,5 Estrelas Em 5

0 comentários :

Postar um comentário