quarta-feira, 25 de junho de 2008

Crítica - Speed Racer (2008)

Realizado por Andy Wachowski, Larry Wachowski
Com Christina Ricci, Emile Hirsch, John Goodman, Susan Sarandon, Matthew Fox

Quando foi anunciado que o mítico anime de corridas “Speed Racer” iria ter uma adaptação ao cinema, uma onda de entusiasmo varreu todos os seus fãs, essa satisfação aumentou quando se soube que os criadores da trilogia “Matrix”, Andy Wachowski e Larry Wachowski, foram os realizadores escolhidos para dar vida ao projecto altamente ambicioso. No entanto, o entusiasmo esfumou-se quando o filme estreou nos E.U.A e começou a ter péssimas críticas, obtendo igualmente uma má recepção por parte do público, levando ao seu fracasso nas bilheteiras desse país e posteriormente de todos os países onde estrearia até hoje.´O filme baseia-se na história central do anime, repescando portanto as suas principais personagens e elementos, assim sendo, somos apresentados ao mítico Speed Racer (Emile Hirsch), um às ao volante e uma autêntica estrela das corridas de carros. Speed é agressivo, instintivo e sobretudo destemido, sendo o seu único tormento a morte do irmão numa corrida. O carro de Speed é o célebre Mach 5, um fantástico automóvel que foi desenhado pelo seu pai e construído pela sua família e que reúne todas as qualidades necessárias para singrar neste desporto porque é rápido, seguro e extremamente aerodinâmico. O talento de Speed chama a atenção da Royalton Industries que lhe oferece um excelente contrato que ele rejeita, enfurecendo assim o malévolo dono da companhia. Speed sabe que recusar a oferta pode significar nunca mais cortar uma linha de meta, um risco que ele está disposto a correr. A única forma de salvar o negócio da sua família e defender o desporto que adora é vencer a Royalton no seu próprio jogo mas para isso terá de vencer a corrida que matou o seu irmão, a temível The Crucible.
“Speed Racer” oferece ao espectador uma saturação de cor e brilho da primeira até à última cena, este ambiente psicadélico cansa não só a vista como a própria mente, perdendo-se por vezes a noção da história e do rumo que esta tenciona levar. O exagerado nível de cor prejudica não só a história como também os próprios efeitos especiais utilizados, estes misturam-se forçosamente com as cores criando um aspecto visual pouco atractivo e demasiado infantil. O argumento baseia-se nas principais ideias do anime original, contudo não transmite plenamente a história de Speed, o filme foca-se mais na adrenalina e no visual, deixando um pouco à parte a história de Speed e da sua família. As corridas são um dos pontos mais focados pelo filme, contudo não oferecem a mesma sensação de aventura e fantasia que as do anime, chegando mesmo a ser por vezes demasiado infantis. No fundo, o argumento falha em transmitir ao público as duas principais ideias do anime: o drama familiar de Speed e a aventura das corridas. O elenco apresenta-nos um nível medíocre. Emile Hirsch não está mal no seu papel de Speed Racer, contudo ficou a sensação de que poderia ter levado a sua personagem mais longe, infelizmente é nestas alturas que se acusa a inexperiência. Matthew Fox está terrível como Racer X, não conseguindo transmitir à personagem o mistério e a intriga, aspectos fundamentais na alma da personagem, contudo a culpa não é só sua porque a equipa criativa não deu claramente a atenção devida a esta personagem de grande importância no universo Speed Racer. Outra “personagem” a quem a equipa criativa não deu a importância devida foi ao carro Mach5, desrespeitando por completo a essência do anime. O extravagante e enervante aspecto visual prejudicou claramente esta adaptação cinematográfica de “Speed Racer”, exigia-se muito mais para um anime que marcou uma geração e que ainda hoje passa nas televisões de todo o mundo. Os irmãos Wachowski acabaram por ser uma ideia infeliz da produtora, sendo os principais responsáveis pelo enorme fracasso do filme. “Speed Racer” não oferece a adrenalina nem o entretenimento familiar que prometia, oferece apenas um vislumbre daquilo que poderia ter sido mas que nunca chegou a ser.

Classificação - 2 Estrelas Em 5

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