sábado, 28 de junho de 2008

Crítica - The Notebook (2004)

Realizado por Nick Cassavetes
Com James Garner, Gena Rowlands, Joan Allen, Ryan Gosling, Rachel McAdams

Em 2004, chegou às salas de cinema um brilhante Drama/Romance baseado no livro de sucesso de Nicholas Sparks, “The Notebook”. O filme, com o mesmo título do livro, apareceu-nos com uma etiqueta de cinema independente mas que rapidamente se converteu num sucesso de vendas e num filme de culto romântico, fazendo uma plena homenagem ao livro que encantou milhares de mulheres pelo mundo fora. Com um orçamento baixo, a produção não se pôde dar ao luxo de contar com grandes nomes no elenco nem ter aspectos técnicos de elevada qualidade, as suas únicas armas eram o brilhante argumento e a imaginação de um realizador talentoso. A sua história divide-se em dois espaços temporais distintos. O primeiro passa-se no inicio da década de 40 nos E.U.A onde acompanhamos dois jovens, Allie (Rachel McAdams) e Noah (Ryan Gosling), que se apaixonam profundamente durante um Verão repleto de emoção e liberdade. O jovem casal rapidamente é separado pelos pais de Alice que insistem que Noah não pertence ao seu mundo. Vários anos mais tarde, eles encontram-se novamente e o amor que sentem inflama-se de novo, forçando Allie a escolher entre o amor e a sua classe social. Décadas mais tarde, um homem já de idade avançada e com notórias debilidades (James Garner) lê de um caderno antigo para uma mulher (Gena Rowlands) que visita regularmente no asilo. Embora a memória dela esteja enfraquecida devido à doença que sofre (Alzheimer), pouco a pouco, ela deixa-se envolver pela magia da presença dele e do que ele lhe lê com toda a ternura e emoção, é então que o milagre do amor acontece, algo que a ciência não soube resolver mas que o sentimento mais forte do mundo encontrou uma forma de resolver, nem que seja temporariamente. A forte história de amor de Allie e Noah uniu-os no tempo na doença e até na morte, um brilhante retrato de como o amor pode vencer diversos obstáculos se for devidamente sentido por duas almas.
Admito que o meu forte não são os Dramas/ Romances, excluindo “Titanic” não houve mais nenhum filme do género que me emocionasse tanto até hoje como ”The NoteBook”. Vi o filme quatro vezes e li o livro duas e sou sempre atingida pela mesma onda de emoção inexplicável, ainda para mais proveniente de uma história de ficção, contudo a forma como o livro foi escrito e a maneira como a história foi brilhantemente transposta para o grande ecrã não dá espaço a qualquer outra emoção que não esteja ligada ao sentimentalismo. Para além da força do amor, outro tema abordado pela história de “The Notebook” é o Alzheimer, uma doença degenerativa que afecta os neurónios cerebrais impedindo que o doente se lembre de diversos aspectos da sua vida e identidade. O filme e o livro tratam esta doença, cada vez mais recorrente, na sociedade mundial, de uma forma elegante com uma forte mensagem de esperança - a ciência pode ainda não ter descoberto uma cura mas às vezes é preciso um pouco de fé e insistência para que um milagre aconteça. Mas não é só o amor e o Alzheimer que são abordados pela história de Noah e Allie, este romance é um completo compêndio de tópicos relevantes que se desenvolvem de forma clara à medida que o enredo se desenvolve.
A realização de Nick Cassavetes é soberba, a forma como abordou o romance e as suas aventuras é simplesmente magnífica. As viagens temporais entre a actualidade e o passado estão muito bem construídas, aparecendo na devida altura com a devida emoção. Existem cenas particularmente interessantes, emotivas e bem construídas como o passeio de barco mas nenhuma é tão emocional como a última cena da obra. O elenco liderado por Ryan Gosling e Rachel McAdams é fenomenal, sendo estes dois o claro destaque do filme pela sua interpretação emocional e pela sua enorme química no grande ecrã. “The Notebook” ou “O Diário da Nossa Paixão” é uma excelente produção sobre o amor e o romance, um filme que nos oferece uma história sobre o verdadeiro amor que nos faz chorar e que não se esquece facilmente.

Classificação - 4,5 Estrelas Em 5

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