quarta-feira, 11 de junho de 2008

Crítica - The Incredible Hulk (2008)

Realizado por Louis Leterrier
Com Edward Norton, Liv Tyler, Tim Roth, William Hurt, Tim Blake Nelson

A Marvel criou ao longo dos anos milhares de super-heróis e vilões para as suas magníficas histórias de banda desenhada. Ao todo esta editora tem à sua disposição um catálogo com mais de 4700 personagens de ficção. O incrível Hulk, criado em 1962 pelos génios Jack Kirby e Stan Lee, é sem dúvida alguma uma das personagens mais conhecidas desse vasto universo de ficção e ideias que é a Marvel. O facto de em 2003 a personagem ter tido direito à sua primeira aventura no grande ecrã, não espantou ninguém, muito pelo contrário, muitos fãs acreditavam que Hulk já teria conquistado esse direito à muito tempo. Infelizmente, “Hulk” não correspondeu às grandes expectativas criadas, fracassando nas bilheteiras e na consideração/ opinião dos fãs. Cinco anos depois, a Marvel voltou a juntar-se à Universal para dar a Hulk um filme verdadeiramente à sua altura. Imensas alterações foram efectuadas, a começar pelo realizador Ang Lee que foi substituído por Louis Letter, também o elenco sofreu grandes alterações na sua composição, nenhum dos actores principais do primeiro filme transitou para esta segunda obra. A história foi descomplexada, ficando mais próxima à de outros filmes do género, as cenas de acção aparecem mais frequentemente e os efeitos especiais acompanham as tendências criativas de outros filmes de heróis da Marvel. Resumindo, Hulk aparece mais fresco e mais apelativo, uma aposta clara da Marvel em fazer esquecer o fracasso do primeiro filme e começar uma série de filmes verdadeiramente apelativa para os fãs da personagem e não só.
Neste segundo filme, Bruce Banner (Edward Norton) fugiu para a América do Sul, mais concretamente para o Brasil, na esperança de poder inventar uma cura para a sua mutação. É neste país que encontra a paz e os meios necessários para prosseguir com as suas investigações sem que estas sejam perturbadas pelas forças governamentais americanas mas o exército norte-americano, chefiados pelo general Thunderbolt (William Hurt), continua incessantemente à sua procura, não só para o manter longe dos civis mas também para aproveitar a sua mutação. Banner acaba por ser descoberto e vai ter de contar novamente com a ajuda da sua amada Betty Ross (Liv Tyler) para conseguir escapar novamente. Contudo, o governo americano tem um trunfo na manga nesta luta contra Hulk, o soldado Emil Blonsky que no decorrer de uma experiência transforma-se no terrível “Abomination", a nemesis de Hulk. Como já referi, “The Incredible Hulk” é um filme mais comercial do que a obra de 2003. A história apresenta um grau de complexidade muito menor sendo facilmente perceptível, acompanhando assim a tendência generalista dos restantes filmes da Marvel. É claro que o enredo sai prejudicado. As moralidades e as intelectualidades do primeiro filme não têm lugar nesta versão mais abrangente e comercial, as relações entre as personagens e o background das mesmas aparecem pouco desenvolvidos, no entanto, a informação dada é suficiente para entender minimamente a evolução que a história obteve, não prejudicando fatalmente a coesão da história. Os diálogos não convencem, apresentando as mesmas características superficiais e limitativas que os restantes filmes da Marvel, no entanto, é compreensível que num filme de acção não se aposte em diálogos ou num enredo forte.
O que faz de “The Incredible Hulk” um filme agradável são as suas cenas de acção e são estas que dinamizam o filme, umas mais bem estruturadas que outras mas todas apelativas, ajudando a quebrar a monotonia de alguns momentos. As cenas de acção mais emocionantes dão-se quando Hulk se confronta com a sua nemesis, Abomination. No fundo, é nestas duas personagens que o filme se centra, sendo portanto lógico que os principais momentos do filme incorporem a presença destes dois. Os efeitos especiais utilizados não são brilhantes, “Iron Man” por exemplo teve neste aspecto um tratamento mais cuidado, contudo não deixam de ser bastante razoáveis estando praticamente ao mesmo nível dos apresentados no filme anterior com a clara introdução de alguns aspectos inovadores relativos á cor e ao movimento. O novo elenco não trouxe ao filme nenhuma notória melhoria. Edward Norton apresentou um trabalho semelhante ao de Eric Bana, a meu ver nenhum dos dois conseguiu captar na perfeição a misteriosa essência que pauta a alma amaldiçoada de Bruce Banner. Liv Tyler também não deslumbra no papel de Betty Ross, apresentando uma fraca expressividade algo que certamente não caracteriza a sua impulsiva personagem. Tim Roth acaba por ser o melhor do elenco. O actor dá vida ao grande vilão do filme e convence perfeitamente no seu papel.
Outro aspecto que marca “The Incredible Hulk” é a aparição surpresa de Tony Stark, confirmando que o universo de Hulk é o mesmo de Iron Man, abrindo portas para um possível filme sobre os Vingadores. Resta saber se outros filmes da Marvel como "Spider Man" e "X-Men", também se vão interligar com estas histórias. Com “The Incredible Hulk” a Marvel e a Universal apagaram a má imagem deixada pelo primeiro filme. Foi preciso começar praticamente do inicio para criar uma obra agradável que fizesse jus à fama de Hulk. É claro que este filme não acompanha a inovação e a qualidade de “Iron Man” ou “Spider-Man” mas ao menos criou-se algo que representa o estilo clássico da Marvel. No final do dia, a famosa editora vê mais um dos seus produtos a ter um tratamento de qualidade e potencialmente lucrativo, vendo bem as coisas corrige uma das manchas do seu passado e começa a planear/ explorar um possível nicho de sucessos e lucros.

Classificação - 3 Estrelas Em 5

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