quarta-feira, 12 de março de 2008

Crítica - 10.000 B.C (2008)

Realizado por Roland Emmerich
Com Camilla Belle, Steven Strait, Cliff Curtis, Omar Sharif, Reece Ritchie

“Independence Day”, “The Day After Tomorrow”, “Godzilla”, “Stargate” e “10.000 B.C” são cinco filmes com histórias completamente diferentes mas unidos pelo mesmo realizador (Roland Emmerich) e pela grande qualidade visual que apresentam. O realizador alemão não é novato nestas andanças e apesar de nunca ter produzido um filme digno de figurar nos clássicos de Hollywood, já realizou obras de boa qualidade com excelentes efeitos visuais mas que acabam sempre por pecar em outros aspectos importantes como o argumento. No fundo Emmerich é o típico realizador de blockbusters. “10.000 B.C” acaba por não ser muito diferente de outros trabalhos apresentado pelo realizador, mais uma vez o aspecto visual é o grande atractivo do filme com uma representação realista e praticamente perfeita dos animais pré – históricos, apresentando também paisagens muito atractivas. No entanto, o filme não consegue alcançar tanta perfeição noutros campos como é o caso do argumento, do elenco, da banda sonora ou até mesmo da caracterização. Mas antes de mais, passemos à história do filme. A acção de “10.000 B.C” passa-se como o nome indica, dez milénios antes do nascimento de Jesus Cristo. O filme é ambientado na pré-história, uma época selvagem onde Homem e Animal conviviam de perto. Numa tribo pré-histórica ficamos a conhecer D’Leh, um rapaz cujo pai é considerado um traidor pela tribo por tê-la abandonado num momento de grande necessidade. O rapaz vai portanto crescer num ambiente onde é considerado filho de um cobarde, esta situação só fez com que ele se tornasse uma pessoa com um grande carácter e com um grande espírito de liderança. Mais uma vez, a sua tribo vê-se numa situação complicada e cabe a D’Leh a difícil missão de assumir a liderança e salvar a sua tribo da extinção. O herói parte juntamente com vários elementos da sua tribo numa grande aventura em busca de uma civilização perdida mas pelo meio dessa viagem irá enfrentar inúmeros problemas e desafios.
Em termos visuais não tenho absolutamente nada de mau a apontar ao filme. Eu acho que neste capitulo “10.000 B.C” aproxima-se muito da perfeição, mérito para Roland Emmerich que volta a mostrar que é bastante hábil no tratamento de imagem e no uso moderado de efeitos especiais. Emmerich escreveu juntamente com Harald Kloser o argumento do filme que se apresenta bem longe da perfeição. Apesar de apresentar um tema interessante que é pouco utilizado pelos estúdios de Hollywood, o argumento acaba por se tornar bastante desinteressante e aborrecido. Os diálogos são muito fracos, o que até se podia compreender visto estarmos na pré-história, onde a comunicação entre os “seres humanos” era bastante rudimentar e imagino que não deveriam existir grandes conversas mas já que Emmerich pôs os membros da tribo a falarem um inglês perfeito mais valia ter-lhes dado uns bons diálogos. Os cerca de 110 minutos de duração não me parecem suficientes para contar da melhor maneira a história de “10.000 BC”, penso que se tivesse sido concedido mais tempo ao filme este poderia abordar melhor certos aspectos que ficaram um pouco esquecidos e que certamente iriam beneficiar a história. Outro aspecto que não gostei na história foi o romance entre D’Leh e Evolet, sinceramente acho que está muito mal construído, um par romântico fica sempre bem neste tipo de filmes mas este não me convenceu. Outra grande falha do filme é a caracterização. Eu não sou nenhum perito na pré – história mas parece-me a mim que os tribais estão demasiado limpos e que os seus dentes estão em perfeitas condições. A higiene não fazia parte do vocabulário dos homens deste período e, no entanto, os "Homens" representados no filme parece que tomam banho todos os dias mas para além destas visíveis falhas existem outras menos notórias mas que prejudicam um pouco a imagem do filme.
O elenco do filme é composto por actores pouco conhecidos (excepção feita a Omar Sharif e Cliff Curtis) o que por um lado não prejudica o filme já que caras demasiado famosas nem sempre são benéficas e num filme com as especificidades de “10.000 BC” provavelmente teria sido um grande erro colocar grandes nomes no elenco. À excepção de Steven Straiht que interpreta o protagonista mais nenhum actor consegue ter uma representação satisfatória. A banda sonora desiludiu-me porque quando estamos perante filmes que retratam histórias da antiguidade, normalmente é nos apresentado sons magnânimes convictos da sua superioridade e que transmitem sensações de força e grandiosidade, sons que infelizmente não se notam em “10.000 B.C”. Concluíndo, o filme vive do grande espectáculo visual apresentado e realmente vale a pena pagar o dinheiro do bilhete só para ver o tremendo trabalho feito nessa área. Os amantes dos típicos blockbusters americanos certamente não ficaram desiludidos, já o público mais exigente que procura um filme completo deverá manter-se bem longe deste filme.

Classificação - 3 Estrelas Em 5

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