domingo, 23 de dezembro de 2007

Crítica - Disturbia (2007)

Realizado por D.J. Caruso
Com Shia LaBeouf, David Morse, Carrie-Anne Moss, Jose Pablo Cantillo

O destaque desta semana é "Paranóia" ou "Disturbia", um dos grandes sucessos de bilheteira deste ano, no entanto, este filme é o perfeito exemplo de que sucesso na bilheteira não é sinónimo de qualidade. À primeira vista, "Disturbia" pode ser considerado uma versão actual do clássico "Janela Indiscreta" de Alfred Hitchock mas a comparação entre os dois filmes é, no mínimo, injusta. O filme dirigido por D.J. Caruso não chega nem aos pés de "Janela Indiscreta" simplesmente porque Caruso não é Hitchcock e nunca irá ombrear com a sua qualidade. Shia LaBeouf (Kale) é um jovem de 17 anos com traumas familiares que constantemente se envolve em problemas na escola e com a lei. Por causa disso, é condenado pela polícia a ficar três meses em prisão domiciliária. Para um jovem como Kale, ficar em casa três meses torna-se num tédio enorme, no entanto, arranja uma forma de se divertir ao observar os vizinhos e o seu quotidiano. A sua “presa” favorita é a bela Ashley (Sarah Roemer), a sua nova vizinha. Um dia, apercebe-se que algo de errado se passou na casa de um dos seus vizinhos e desconfia que Mr. Turner possa ter assassinado alguém. Juntamente com Ashley e com o seu bom amigo, Ronnie (Aaron Yoo), Kale vai tentar desvendar o mistério, ficando no ar a dúvida se este mistério é fruto da sua imaginação ou se se trata mesmo de um facto verdadeiro.
Eu diria que as únicas semelhanças entre "Janela indiscreta" e Disturbia" é o facto de ambos os protagonistas acreditarem que foram testemunhas de um assassinato do outro lado da rua e também o facto de envolverem a sua namorada na procura da resolução do caso. O filme é realizado por D.J. Caruso (Taking Lives), um realizador com uma mão pesada e que não tem a sensibilidade necessária para realizar filmes deste género. Caruso consegue a proeza de tornar um argumento que até tinha alguma qualidade, num filme aborrecido e sem qualquer inteligência ou elegância, acabando esta obra por não funcionar nem como suspense nem como entretenimento para adolescentes. O espectador comum pode até ficar com dúvidas se o “assassinato” foi real ou produto da paranóia de Kale mas com cerca de meia hora de filme essas dúvidas são dissipadas. A partir desse ponto temos os denominados sustos fáceis, ou seja, pequenos momentos de tensão cobertos com pouco suspence que no final se tornam numa desilusão. O elenco está maioritariamente bem, destaque óbvio para a presença extremamente carismática de Shia LaBeouf que consegue segurar muito bem as passagens emocionais do seu personagem. "Disturbia" tem poucos toques do voyeurismo de "Janela Indiscreta", bem como um desenvolvimento parecido mas relativamente mais fraco de "O Suspeito da Rua Arlington" (1999), ou seja, não há nada de muito novo nesta produção que não consegue fazer esquecer grandes clássicos mas que cumpre o papel de criar um pouco suspense para as plateias menos exigentes, diria mesmo muito menos exigentes.

Classificação - 2 Estrelas Em 5

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