terça-feira, 5 de junho de 2012

Pequena Análise Crítica a Prometheus

Realizado por Ridley Scott
Com Noomi Rapace, Logan Marshall-Green, Michael Fassbender

O que é que “Prometheus” tem para nos oferecer? O que é que podemos esperar deste misterioso blockbuster? Estas perguntas têm sido feita por muitas pessoas desde que este filme foi anunciado e, mesmo após o ver, confesso que as respostas não são fáceis de dar, não porque esta obra seja experimental ou complexa, mas porque estão muito dependentes das expectativas de cada um. A sua história engloba vários elementos do clássico “Alien” (1979) e das suas três continuações, focando-se sobretudo nas origens do Space Jockey, uma misteriosa personagem que aparece em quase todos os filmes da “Alien Saga” e que parece estar na base da origem da Humanidade e dos Aliens. O início de “Prometheus” é relativamente calmo, no entanto, esta doce calmaria dura pouco mais de dez/ vinte minutos porque, mal os intrépidos protagonistas fazem uma importante descoberta, esta obra fica subitamente mais ritmada e violenta, muito embora não tenha quase nenhuma cena explícita, sangrenta ou assustadora, sendo precisamente neste campo que “Prometheus” mais desilude. Seria de esperar que um filme com várias ligações a “Alien” tivesse um pouco mais de suspense e fosse muito mais assustador, mas infelizmente isso não acontece. A verdade é que esta produção é mais intelectual e mitológica que os quatro filmes do famoso franchise, preocupando-se mais em explicar do que em assustar, algo que muito provavelmente vai desiludir uma boa parte dos fãs da violência e do terror de “Alien”. É importante referir que as pessoas que não estão familiarizadas com este franchise não vão compreender alguns dos pormenores mais interessantes desta obra, mas deverão conseguir acompanhar, sem grandes dificuldades, a evolução da sua trama que, durante o seu desenvolvimento, não tem nenhuma grande ligação central com “Alien”. 


A nível narrativo, “Prometheus” é portanto um filme mais maçador mas muito mais substancial que os seus parentes, no entanto, não posso deixar de referir que após explicar tanta coisa, esta obra consegue deixar, ainda assim, muitas perguntas (novas e velhas) sem resposta. O seu elenco tem, no geral, uma boa performance, sendo de destacar os trabalhos de Michael Fassbender como um robot extremamente calculista e de Charlize Theron como a fria Meredith Vickers. O grande trunfo desta obra não é o seu elenco ou a sua narrativa, mas sim a sua vertente visual. Tal como eu, a crítica internacional não hesita em afirmar que “Prometheus” é um filme visualmente deslumbrante que nos oferece uma rica variedade de cenários exteriores e interiores muito realistas e detalhados. Esta sua bela construção estética resulta sobretudo do hábil uso de modernos efeitos visuais por parte de Ridley Scott, que nos brinda assim com uma fantástica experiencia visual que infelizmente não é acompanhada por uma magistral viagem narrativa, no entanto, isto não quer dizer que “Prometheus” tem uma má história, muito pelo contrário, não tem é o enredo enigmático e grandioso que muitos de nós esperávamos. É ainda de destacar a sua belíssima sequência introdutória, onde simples imagens de paisagens naturais misturam-se harmonioso com uma calma música de fundo. Em suma, “Prometheus” é um filme que vale a pena nas salas de cinema, mas no final deixa-nos um bocado desiludidos.

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