Álvaro Martins - "One Flew Over the Cuckoo's Nest" (1975)
Não é fácil escolher um entre tantos filmes que me fizeram ser um apaixonado pelo cinema, mas esta obra de Milos Forman traz-nos a melhor interpretação de Jack Nicholson, que mostra aqui todo o seu talento no papel de Randle P. McMurphy naquele que é um hino à sanidade mental de um indivíduo, questionada por aqueles que regem as normas do comportamento social adequado na época. Excelentes interpretações, argumento e realização para o ano de 1975, tendo sido o primeiro filme a ganhar os 5 principais Óscares da academia (melhor actor, actriz, realizador, filme e argumento adaptado). Um filme que me leva a rir com o comportamento de McMurphy (Jack Nicholson) para com os outros pacientes do hospital psiquiátrico e a sua luta diária em desafiar a Enfermeira Mildred Ratched(Louise Fletcher), mas que me leva também a chorar com o desenrolar da acção e do destino de McMurphy. Um clássico (já o podemos considerar) e uma obra prima de Milos Forman.
O filme da minha vida é, sem sombra de dúvida, “25th Hour” de Spike Lee, acima de tudo pela concepção do que é a vida que é apresentada. O percurso do protagonista (Edward Norton), um dealer bom, é o caminho que este escolheu entre as múltiplas possibilidades que a vida lhe ofereceu, como a nós, a cada momento. Ele é um bom marginal, com bons amigos e, acima de tudo, com a consciência perfeita de como tudo poderia ter sido se assim não fosse. A concepção quântica do espaço-tempo aplica-se ao filme como uma luva, tudo é possível, tudo existe, somos nós que estamos colocados apenas num ponto do real. O filme da minha vida para mim é isto, um filme que molda, como nenhum outro, o nosso modo de entender a existência.
O filme da minha vida tem obrigatoriamente de ser do Tim Burton, porque foi ele que me apresentou às maravilhas estéticas e emotivas que o cinema pode oferecer. Sonhos que são pesadelos, criaturas horrendas que são ternurentas, mundos em que o belo e o assustador trocam de lugar. Este peculiar realizador exorciza os seus demónios na sua filmografia e expõe o que de mais profundo vai na sua alma em imagens inesquecíveis, permitindo-nos ver o mundo pelos seus olhos, partilhar dos seus medos, das suas paixões, o que transforma a experiência cinematográfica num intenso turbilhão de emoções. Para mim a essência da sua visão está perfeitamente concretizada em Edward Scissorhands (1990). Viu-o pela primeira quando tinha uns 10 anos e houve imagens que nunca mais me sairam da cabeça. É uma fábula trágica sobre uma criatura à primeira vista apenas remotamente humana, mas que depois se nos depara como o coração mais puro, mais imaculado que já vimos e que é submetido, uma por uma, às emoções humanas. O maravilhamento, a alegria, o amor, e os reversos de todas estas medalhas, a inveja, a raiva, a tristeza, a culminar na expulsão de um ser demasiado inocente para poder sobreviver numa sociedade plástica, de futilidades e sem princípios que despreza o que não compreende. O exílio de um desajustado, para sempre condenado a magoar todos aqueles em que toca, o monstro perseguido e destroçado pelos que se afirmam humanos, normais. A metáfora das mãos como sendo a via de nos expressarmos mas também magoarmos todos os que nos rodeiam, e sobretudo quem amamos, é de uma sensibilidade extraordinária, todo o simbolismo da história é fora de série. Houve outros filmes a marcarem-me profundamente, mas este foi o primeiro.
Provavelmente daqueles filmes que acompanharam a minha infância, surpreendeu a minha adolescência e objecto da minha admiração. Um autentico vinho do Porto. Pode não ser o melhor filme do mundo, mas é uma autêntica obra de arte. Subjectivo e poderoso, uma ode ao cinema.
É sempre difícil escolher filmes de uma vida, mas existem aqueles que nos marcaram de uma forma fantástica como é o caso deste "Big Fish". Tim Burton é, e sempre será um realizador excepcional e logo aí percebesse que o filme tem tudo para ser bom. O mundo de "Big Fish" é construído por histórias cheias de magia e sonhos realizados, da mente de Tim Burton nasce um mundo fantástico que nos preenche os olhos e leva-nos para um lugar completamente diferente do mundo normal. É a história de Edward Bloom (Ewan McGregor/Albert Finney), a descoberta da vida e do amor, e há algo melhor que uma história bem contada?
Uma difícil escolha. Optei por um filme que marcou uma altura da minha vida. Nomeado para nove estatuetas (1975), saindo com cinco triunfos que lhe confirmaram um lugar quase único na historia da Sétima Arte. Tinha uns 22 anos quando vi este filme, marcou pela simplicidade em que aborda as instituições psiquiátricas, provocando todo o tipo de reacções menos a indiferença.
JT – “The Godfather” (1972)
Foram vários os filmes que marcaram a minha vida, no entanto houve um que me cativou particularmente pela sua qualidade de execução e poderio narrativo, falo de “The Godfather”, uma das grandes históricas obras do cinema que ainda hoje cativa milhões de pessoas pelo mundo fora. O filme retrata a história de uma poderosa família da Máfia, liderada por um poderosíssimo e influente homem que controla os negócios mais ilegais da cidade de Nova York, ao mesmo tempo que lida com os problemas da sua sucessão. Francis Ford Copola realiza de forma extraordinária este verdadeiro clássico que retrata o mundo da máfia duma forma extremamente realista e dramática.
Liliana Pereira – “Psycho” (1960)
Foi “Psycho” que me despertou o vício por filmes de Terror/Suspance e que me fez interessar pelo cinema clássico. Esta magnífica obra de Alfred Hitcock é um hino ao bom cinema e à criatividade. Desde o seu início, o filme é ambientado numa atmosfera inquietante e controlada por excelentes movimentos de câmara que fazem inveja a muitos cineastas da actualidade. Um dos seus pontos fortes é a banda sonora, um acessório de luxo que acompanha a intensidade e a genialidade do argumento e do cineasta. “Psycho” é um dos grandes filmes do século XX, uma obra que me cativou e que eu considero o expoente máximo dos filmes de Terror/Suspense.
Os filmes de guerra têm um poder supremo de tocar o âmago da existência, de o dissecar, expondo-lhe as imperfeições mais atrozes e as belezas mais excelsamente flagrantes e inimagináveis. Nunca um campo de batalha teve tanta vida latente, tanto vazio dissertado e pensamentos voláteis do repasto de cronos e dos senhores da guerra tornados mão divina da chacina sem sentido. Realização intocável, interpretações sem falhas de um cast de sonho. OST de um Hans Zimmer em sintonia absoluta com a ideia subjacente a tudo: o caos ordenado numa meta-beleza da mortalidade perene.
Rui Madureira – “Titanic" (1997)
Existe um número considerável de filmes que me passa pela cabeça quando surge o momento de eleger o filme da minha vida. Porém, há que fazer uma escolha e a minha eleição cai sobre "Titanic", a obra-prima de James Cameron vencedora de 11 Oscar da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas. Nem todos vêem a magnificiência deste filme, havendo um grande número de pessoas que o consideram intragável. Porém, existem também aqueles que o veneram e eu estou aqui incluído. Um filme verdadeiramente incompreendido e confundido com um "romance barato", "Titanic" é acima de tudo uma obra que reflecte sobre as diferenças sociais e a força da alma humana para sobreviver a uma verdadeira tragédia. Um filme intenso e profundamente dramático que não deixa ninguém indiferente. Para além disto, este foi o filme que me despertou para o cinema. Foi com "Titanic" que passei a adorar a sétima arte e a necessitar dela para sobreviver. Este ponto pode parecer fortuito mas tem muito significado, sendo inegável a importância que este filme teve para a forma como passei a ver o mundo.
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